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Diego Valente –  A fotografia e o universo têm origem no olho – Aldonso Palácio

Diego Valente, “Light on Reverse” (2016), emulsão de prata sobre lentes de contato, projetor de slides sobre superfície fotossensível

Diego Valente é artista visual natural de Fortaleza, reside e atua em Londres desde 2005. Sua prática trata principalmente da nossa relação com a visão, a verdade, o conhecimento e a percepção. A fotografia é foco central na sua obra, onde o nosso olho biológico e nosso sistema sensorial neurocientífico de percepção da luz são explorados em um âmbito poético. 

Na obra “Luz em Reverso” ele imprimiu imagens do universo feitas pelo satélite Hubble em suas velhas lentes de contato, com emulsão de prata, de forma analógica, tudo no escuro, sem controle absoluto do resultado. A apresentação do trabalho se deu através de um projetor de slides antigo, onde as lentes de contato eram projetadas em uma superfície com tinta luminescente. Nos momentos de escuridão, a imagem anterior ficava marcada na parede, da mesma forma como a retina reage ao fecharmos os olhos. Eis uma instalação fotográfica repleta de camadas e abismos, que trata sobre espiritualidade e expressão criativa e situa-se entre o elementar e o cósmico. 

“A fotografia me veio como uma forma de estudar e analisar nossos olhos como ferramenta indispensável na evolução da consciência, mecanismos de concentração e sintonia com o mundo. Minha busca sempre foram questões primitivas do homem, como de onde nós viemos? Para onde vamos? O que tem no fim do universo? Como entender o infinito? A busca e a especulação me são mais interessantes do que uma resposta de fácil acesso”, diz o artista. 

Diego Valente é formado em fotografia pela London College of Communication e mestre em pesquisa em belas artes pelo Royal College of Art. Diego expõe seu trabalho em galerias, espaços alternativos e áreas urbanas, com intervenções e performance. Ele é um dos diretores do coletivo ‘London Alternative Photography Collective’, que pesquisam  processos alternativos da fotografia, como por exemplo novos químicos de revelação feitos à base de plantas. 

2 respostas para “Diego Valente –  A fotografia e o universo têm origem no olho – Aldonso Palácio”

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