Opinião

Galinha ruiva, Bolsa-Arte e Bárbara – Totonho Laprovitera

Uma grande alegria em meu itinerário artístico, foi o “Conto Galinha Ruiva” inspirado em pintura minha, no VII Vernissage da Educação, pela turma Maternal 1 do Colégio Cruzeiro, no Rio de Janeiro, em 2007.  Senti-me premiado!  

Falando sobre passagens inesquecíveis de minha vida artística, lembro que quando cursava Arquitetura, na Universidade Federal do Ceará, lá pelo final dos anos 1970 e início dos 1980, durante quatro anos eu participei do Bolsa-Trabalho-Arte, Artes Plásticas, da Funarte. Naquele tempo, lembro de dois coordenadores do programa: os professores Ricardo Bezerra (Arquitetura e Urbanismo) e Hélio Rola (Medicina). 

Com Ricardo, desenvolvemos pesquisas culturais e discutimos as nossas produções pessoais. Ensaiamos experiências com a turma da música e das artes cênicas. Foi uma preciosa fase de busca de conhecimento e conteúdo para as nossas expressões artísticas. 

Com Hélio, em grupo, executamos diversos murais pelos domínios da Universidade. Em especial, cito três: A Evolução da Espécie, A Via Láctea e a Primeira Planta da Cidade de Fortaleza. Primeiro realizávamos o projeto, discutindo exaustivamente seus aspectos. Depois de desenhado o plano, seguíamos para o campo e pintávamos com a acriançada alegria daqueles que fazem o que gostam. Ainda, era-nos permitido a improvisação, desde que tivéssemos a aquiescência dos demais, é claro. 

A Bolsa-Arte me significou um experimento coletivo sem igual e até arrisco em dizer que foi um programa inspirador de vários movimentos de arte na rua, em Fortaleza, a partir de sua performance pelo Campus do Benfica. 

Que diga Hélio Rola, Ricardo Bezerra, Válber Benevides… 

Mas antes de tudo isso, iniciando-me nas artes, quando voltava da Casa de Cultura Raimundo Cela eu costumava passar pela Praça dos Mártires, antigo Passeio Público, onde eu desenhava era muito. 

Até hoje, toda vez que espio o famoso baobá daquela praça, lembro da história em que na “hora das almas” dá para se escutar de lá os gritos agonizantes do ainda encarcerado espírito da revolucionária Bárbara de Alencar (1760-1832), vindos de uma cela subumana do prédio grudado à Fortaleza de Nossa Senhora da Assunção, hoje sede da 10a. Região Militar. 

Pernambucana, natural de Exu, Bárbara foi uma das primeiras mulheres a se envolver em política no Brasil. Na Revolução Pernambucana de 1817 no Crato, Ceará, militou a favor da Independência do Brasil, liderando esse movimento que proclamou a República nesse município. Era avó do escritor cearense José de Alencar. 

Por enquanto é só.

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