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WhatsApp e Telegram representam desafio para a Justiça Eleitoral no ano que vem

A exemplo do que aconteceu em 2018, o uso de ambas as ferramentas em grande escala pode impactar o processo eleitoral do ano que vem. Chapa vencedora Bolsonaro-Mourão chegou a ser questionada no TSE por disparos em massa

Mensageiro instantâneo foi visto como decisivo em 2018 / agência brasil

Amenos de um ano do próximo pleito presidencial, não só a disseminação de desinformação no WhatsApp continua sendo um desafio como outra ferramenta tem ganhado espaço e se tornado alvo de preocupação de especialistas: o Telegram.

Em relação aos disparos em massa, embora o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) tenha proibido a prática após as eleições de 2018 e o próprio WhatsApp vete em suas regras o envio automatizado, serviços terceirizados seguem sendo oferecidos na internet.

Viralização
Outra lacuna é diminuir as possibilidades de viralização dos próprios aplicativos, algo visto como um problema ainda maior no caso do Telegram. Em 2018, veio à tona a revelação de que empresas estavam comprando pacotes de disparo de mensagens em massa contra o PT no WhatsApp. No ano seguinte, o TSE proibiu a prática.

Quase três anos depois das últimas eleições, o TSE julgou ações que pediam a cassação da chapa Bolsonaro-Mourão com base nos casos revelados. As ações foram rejeitadas. Corregedores do TSE, contudo, negaram diversos pedidos de produção de prova e oitivas de testemunhos.

TSE envia recados
Mesmo com o resultado, os ministros mandaram recados explícitos para 2022 durante o julgamento e firmaram entendimento de que a participação em esquema de disparo em massa de fake news é passível de cassação do mandato.

Apesar da proibição do TSE e de serem vedados pelo WhatsApp, os disparos seguiram acontecendo em 2020. Não se sabe, porém, a dimensão deste uso. Basta uma rápida pesquisa na internet para encontrar diversos anúncios oferecendo pacotes de disparo em massa. A plataforma inclusive move ações judiciais contra empresas que oferecem esse tipo de serviço.

Parcerias e incentivos
Para Thiago Tavares, presidente da SaferNet, entidade de segurança cibernética, é importante tanto punir aqueles que fazem uso dos disparos em massa como cortar os incentivos econômicos para os intermediários.

Em 2020, o WhatsApp figurou como um dos parceiros do TSE no programa de enfrentamento à desinformação e implementou um canal de denúncias de disparo em massa exclusivo. No contexto da parceria, 1.042 contas reportadas pelo canal de denúncia foram banidas.

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