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Sobe temperatura política entre principais pré-candidatos ao Planalto em 2022

Na chamada terceira via, o pedetista Ciro Gomes rotulou João Doria (PSDB) e Sérgio Moro (Podemos) de “suplentes do bolsonarismo raiz”. Já Lula definiu Bolsonaro e Moro como “fascistas”

Ciro, sobre trégua entre Doria e Moro: “Já pensou o que um não teria a dizer sobre o outro?” / José Cruz/Agência Brasil

O ex-ministro Ciro Gomes (PDT), pré-candidato a presidente, ironizou a trégua anunciada por João Doria, governador de São Paulo e pré-candidato do PSDB, e o ex-juiz Sergio Moro, representante do Podemos. Sem citar os nomes dos possíveis concorrentes para 2022, Ciro disse que eles são do “bolsonarismo raiz”.

“Os dois candidatos suplentes do bolsonarismo raiz – que cresceram mamando nas tetas e depois chutando Bolsonaro – acabam de firmar um pacto de não agressão. Precisava? Já pensou o que um não teria a dizer sobre o outro?”, provocou no Twitter, em publicação nesta sexta-feira (10).

No mesmo dia, Doria havia dito ser necessário uma união da terceira via, que é uma tentativa para competir com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o atual presidente Jair Bolsonaro (PL). O petista aparece como favorito nas pesquisas de intenção de voto.

“Não podemos nos agredir, temos que estar juntos, evoluindo no diálogo, e, lá adiante, provavelmente entre final de abril e início de maio, aí, sim, cristalizar para se verificar se na melhor via poderemos ter um candidato ou uma candidata em condições de disputar de maneira digna, altiva, para vencer os populistas Lula e Bolsonaro, e oferecer a melhor via para os brasileiros e o país”, disse Doria.

Mesmo que Lula e Bolsonaro não estejam oficialmente anunciados como pré-candidatos, o clima entre os presidenciáveis cotados para 2022 já está ficando mais acirrado.

Lula no ataque
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) criticou “os dois que estão competindo” na corrida presidencial para 2022 com ele, o ex-juiz e ex-ministro da Justiça Sergio Moro (Podemos) e o presidente Jair Bolsonaro (PL), em entrevista para o jornal argentino Página 12. Apesar de Lula e Bolsonaro não terem confirmado pré-candidatura, o tom do petista foi de rivalidade.

“São dois personagens muito comprometidos com a extrema-direita. E, no caso de Moro, ele é um personagem perigoso: quando era juiz, ele ousou mentir em um julgamento para me condenar e me levar à prisão para impedir que eu fosse eleito presidente em 2018”, afirmou Lula.

“Diria que eles são dois extremistas. Bolsonaro é um fascista, e Moro é um neofascista. Ambos vão tentar mentir para a sociedade o tempo todo”, completou. A reportagem entrou em contato com as assessorias do presidente e do ex-juiz e aguarda resposta.

Segundo o petista, os dois vão “lutar entre si para ver quem vai para o segundo round com o PT”, em um possível segundo turno das eleições do ano que vem para a Presidência da República.

Moro terá problemas no Rio, estado de Bolsonaro
O pré-candidato do Podemos, Sérgio Moro, deverá enfrentar alguns percalços na disputa do ano que vem no Rio de Jameiro, estado do presidente Jair Bolsonaro.

Lá, o partido de Moro não terá candidato a governador, mas engrossará o palanque do presidente, de quem o ex-juiz se diz alvo.

No Rio, o Podemos compõe a base de apoio do governador Cláudio Castro (PL), correligionário de Bolsonaro. E o presidente estadual do Podemos, Patrique Welber, ocupa desde setembro a Secretaria de Trabalho e Renda, cargo que não pretende deixar.

Acordos políticos
Hoje à frente do Podemos, Welber evoca a memória de Jorge Picciani, ex-presidente da Assembleia Legislativa do Rio, para afirmar que respeita acordos políticos. Picciani foi alvo de duas operações contra a corrupção na Alerj, chegou a ser preso e morreu em maio deste ano, quando cumpria prisão domiciliar.

“Aprendi com Picciani a honrar compromissos. Vou honrar meu compromisso com o governador Cláudio Castro”, diz.

Welber conta que a política do Rio foi tema de seu almoço com a presidente nacional do Podemos, deputada Renata Abreu (SP). Segundo ele, ficou acertado que a Moro seria destinado o palanque de um candidato a ser definido para o Senado.

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