Colunista

Os Brics sob o risco do anacronismo – por Erivaldo Carvalho

Ex-presidente do Brasil vai chefiar a instituição financeira / NDB/Divulgação

Foi um bom sinal a mensagem de boas-vindas enviada pela China à ex-presidente Dilma Rousseff (PT), a mais nova chefe do Banco dos Brics (NDB). Significa muito, vindo do gigante asiático, principal parceiro comercial do Brasil e sede da instituição financeira – Xangai.

Na leitura de quem avalia como positivo a ida da ex-mandatária ao NDB, há um reforço institucional na imagem do equipamento. Muito mais, diríamos, do que a tal reparação histórica a que se referem o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o PT.

Dilma terá árduos desafios. Um deles é impulsionar projetos de meio ambiente – debate que coloca frente a frente a missão da petista e a resistência dos pragmáticos chineses. Outra tarefa é ajudar a Rússia, alvo de pesadas retaliações, boicotes e bloqueios internacionais, a voltar ao jogo.

Essas duas questões mostram como os Brics mudaram na última década e meia – o grupo foi formado em 2019. Um de seus membros está prestes a assumir a liderança econômica do planeta; o outro está atolado em uma guerra. Isso diz muito da heterogeneidade do colegiado.

Entre Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul há muito mais diferenças do que semelhanças. Se forçar um pouco, pode-se arriscar a afirmação de que a ideia de construir uma pauta comum às nações emergentes é relevante. Mas o olhar precisa ser atualizado, sob pena de cair no anacronismo.

Não será fácil Bolsonaro reverter cenário – se conseguir

A chegada do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) ao Brasil não passou despercebida – embora a recepção tenha deixado a desejar. Independentemente disso, o ex-mandatário segue sob pressão. O Brasil não é o mesmo. O cenário mudou muito nos últimos 90 dias. Há um forte desgaste do ex-presidente, diretamente proporcional aos episódios de seu governo – que no conjunto da obra o derrotaram nas urnas –, e os casos do pós-governo. Não será fácil reverter.

A dianteira de Haddad
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), avançou no jogo-treino de Brasília que definirá o cenário de 2026. Pelo menos é essa a primeira constatação do arcabouço fiscal que começa a ganhar forma. Na média geral, a proposta foi bem recebida pelos meios político e econômico do País. Foi também uma vitória pessoal sobre a colega de ministério, Simone Tebet (Planejamento, MDB). Isso, somado ao fato de o petista ser pupilo do presidente Lula, pode-se dizer que o candidato derrotado em 2018 ganhou uma pequena dianteira.

Luizianne Lins
Avança no Congresso Nacional projeto da deputada federal Luizianne Lins (PT), que prevê atendimento diferenciado a pessoas com deficiência nos serviços de emergência e denúncia. Aprovada no Senado, a proposta, apresentada em 2017, volta à Câmara dos Deputados, onde a petista preside a Comissão de Direitos Humanos.

OAB-CE, 90 anos
Advogados e advogadas do Ceará celebram, merecidamente, os 90 anos da Ordem dos Advogados do Brasil, seccional Ceará. Não é fácil construir uma reputação tão longeva, mantendo-se de pé e de cabeça erguida, por tantas décadas. A solenidade, que abre eventos ao longo ao ano, aconteceu nesta quinta-feira (30), no Theatro José de Alencar.

Alece fortalece combate à fome

A Assembleia Legislativa deu um bom exemplo na força-tarefa de combate à insegurança alimentar, ao aprovar, por unanimidade, projeto da Mesa Diretora que autoriza o Parlamento a adquirir e distribuir insumos alimentares e equipamentos para montagens de cozinhas comunitárias. A iniciativa será bancada com recursos da própria Casa. Ao liderar a boa ação, o presidente Evandro Leitão (PDT) dar mais visibilidade à campanha encabeçada pelo governo Elmano de Freitas (PT), assim como sinaliza para outros entes a fazerem o mesmo. O movimento deve, inclusive, ganhar adeptos não somente no setor público. A iniciativa privada precisa se integrar à causa, que é de todos.

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