Economia

Mercado em Fortaleza mantém alta com VGV de R$ 180 milhões

Levantamento registrou o melhor mês de julho desde 2017, mantendo a tendência de alta mensal e alívio dos estoques das construtoras. Dados foram divulgados na sexta-feira (21)

Lucas Braga
redacao@ootimista.com.br

As vendas do mercado de imóveis na Grande Fortaleza mantiveram alta em todos os segmentos, no mês de julho. O valor geral de vendas (VGV) registrado foi de R$ 180 milhões, o melhor julho desde 2017. Os números são do Flash Imobiliário, levantamento mensal feito pela Lopes Immobilis junto às 66 maiores construtoras e incorporadoras do Ceará e divulgado na sexta-feira (21).

Houve redução dos estoques dentre todas os segmentos – imóveis residenciais horizontais, imóveis residenciais verticais, salas comerciais, imóveis abrangidos pelo programa Minha Casa Minha Vida (MCMV) e segunda moradia.

Os números do Flash Imobiliário apontam queda de 7,4% no estoque de imóveis, em comparação ao mês anterior. Agora, são 7.844 unidades, sendo 3.270 apenas do programa MCMV. Foram analisados empreendimentos em Fortaleza, Eusébio, Aquiraz e Caucaia.

O aquecimento continua impulsionado pela baixa da taxa de juros, uma vez a Selic caiu mais uma vez – de 2,25%, para 2% ao ano, conforme definiu o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central do Brasil, no começo de agosto. Pelo menos 61 construtoras registraram vendas de imóveis novos no Ceará, em julho. Com as taxas favoráveis ao consumidor, a expectativa é de manter os bons números.

Segmentos

Sócio-diretor da Lopes Immobilis, Ricardo Bezerra prevê que o segmento de Segunda Moradia continuará em alta. “Vai bombar, porque as pessoas descobriram que podem morar na praia. Esse é um novo normal no mercado”. Foi o melhor mês de julho no segmento desde 2015, com VGV de R$ 13 milhões. O número representa mais que o dobro da média de venda mensal e 160% a mais que junho de 2020. “A desgraça passou. Agora, só notícia boa”, torce.

A comercialização de 20 salas comerciais foi 150% maior que o mês anterior, sendo 14 no Papicu e 6 na Parquelândia. O VGV foi de R$ 7 milhões, dentro da média, mas bem abaixo dos R$ 40 milhões de dezembro de 2019. Também foi o melhor julho neste segmento desde 2015, em número de unidades vendidas.

Já as vendas de imóveis residenciais verticais no mês superaram em 68% as vendas de junho, com VGV 48% superior, chegando a R$ 145 milhões. O segmento de 50 m² a 69 m² de área privativa e com valor entre R$ 350 mil e R$ 699 mil foi o mais procurado. Em julho, Guararapes e Aldeota foram os bairros campeões de venda, seguidos por Cocó, Fátima e Messejana. O estoque de apartamentos novos caiu de 3.398 para 3.250 unidades.

Com a tendência crescente de aquisição de unidades residenciais horizontais no Eusébio, as vendas do segmento foram 50% superiores a junho, com VGV de R$ 15 milhões. Foi o melhor julho da história da série desta categoria, contabilizada desde 2015.

Por sua vez, as unidades do MCMV registraram 20% a mais de vendas em julho que o mês anterior, com VGV de R$ 62 milhões. O Eusébio também foi campeão neste segmento, seguido pelos bairros da Capital Messejana, Cambeba, Caucaia e Passaré.

Análise do setor

Ricardo Bezerra reforçou expectativa de lançamentos e aumentou a projeção para R$ 1,7 bilhão em VGV, em 2020. Patriolino Dias, diretor da Dias de Sousa Construções e presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado (Sinduscon-CE), contudo, alertou que “a palavra de ordem, mais uma vez, é prudência, para não se encharcar o mercado”.

Emanuel Capistrano, diretor de operações na Construtora Mota Machado, convidou o setor à prudência também nas tabelas de preços de lançamento. “Vamos trincar os dentes e fazer um preço justo”.

Otacílio Valente, presidente da Colmeia, concorda com Patriolino e Emanuel, mesmo confirmando a rápida mudança de clima. “É impressionante. Me preocupei sobre como chegaríamos ao fim do ano, mas já estaremos melhor em setembro do que estávamos em março”, analisa.

“Até o fim do ano, há tendência de melhora. Todos estamos animados, com o mesmo pensamento. O mercado de Fortaleza tem suas particularidades, mas há tendência animadora”, concorda João Fiúza, diretor-presidente da Diagonal.

Fernando Amorim, diretor regional da construtora Moura Dubeux, pontua dois lançamentos da marca em agosto. “Estamos entrando com cautela, com dois empreendimentos menores. Espero que sejam bem absorvidos pelo mercado. O estoque de Fortaleza ainda é alto. Estamos mais agressivos no mercado de Salvador”, compara.

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