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Erivaldo Carvalho: Máquina é máquina. Governo e oposição sabem disso

Bolsonaro lidera ofensiva do governo pela reeleição / Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

Campanhas eleitorais, no formato como acontece no Brasil, é, essencialmente, uma prestação de contas do governante do momento – qualquer que seja ele. Por isso, inclusive, que candidatos à reeleição têm uma tendência histórica de melhorar seus índices de aprovação ao longo da disputa. Isso, independentemente da legislação, que restringe uma série de situações que poderiam desequilibrar – ainda mais –, o jogo, como suspender publicidade e limitar nomeações, exonerações e promoções etc.

Mas máquina é máquina. São contados nos dedos de uma das mãos as vezes em que um governante não conseguiu um segundo mandato consecutivo. No plano nacional, isso nunca aconteceu. No Ceará, temos somente o caso de Lúcio Alcântara, em 2006. Eleições municipais registram reeleições acima de 80% – com exceção de Fortaleza, que reelegeu os três prefeitos nessa situação – Juraci Magalhães (2000), Luizianne Lins (2008) e Roberto Cláudio (2016).

Em 2022, esse histórico ganha realces mais fortes. As últimas pesquisas mostram, inclusive, que dentro e fora do governo já há a percepção de que o governo Bolsonaro, entre trancos e barrancos, vai se estruturando e se mostrando competitivo. E nem entrou em vigor, para valer, o pacote de bondades que Brasília pretende abrir em todo o Brasil. A campanha é curta. Há uma corrida contra o tempo. É muito provável que, no auge do processo, a massa do eleitorado sinta seus efeitos. Se for uma disputa em dois turnos, principalmente. Governo e oposição sabem disso.

PT rompe com o governo?
Essa é uma das perguntas mais frequentes, diante da escalada de tensão do partido de Camilo Santana e José Guimarães com o PDT de Ciro e Cid Gomes. E a resposta, frequentemente, é um sonoro não. As explicações vão desde a viabilidade política, num cálculo próximo ao pragmatismo, aos espaços que o petismo mantém na gigantesca máquina governamental. São calhamaços e mais calhamaços, com nomes, funções, órgãos e salários – alguns polpudos. O raciocínio vale para dirigentes do partido, parlamentares, gestores e suas recas de afilhados políticos. No dia seguinte – ou nas próximas horas – em que o hoje remoto rompimento acontecer, listas serão retiradas da primeira gaveta, colocadas em cima da mesa – e de lá para o Diário Oficial. Simples assim.

Na conta
Fora do foco, por não estarem em disputas eleitorais, prefeituras municipais de todo o País estão herdando, por tabela, parte da conta que está sendo feita em Brasília, em nome do projeto da reeleição presidencial. É o caso da redução de ICMS, que os governos estaduais dividem, em parte, com as gestões locais. Os primeiros reflexos devem acontecer já este ano.

Camocim
Um sonho antigo virou projeto e, agora, está saindo do papel, na aprazível Camocim, com a concretização do campus da Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA). Serão mais educação superior de qualidade, mão de obra qualificada e desenvolvimento ao litoral Oeste. Ponto para a gestão liderada pela prefeita Betinha, sob os auspícios do deputado Sérgio Aguiar (PDT).

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