Economia

Coluna Adriano Nogueira
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A Medida Provisória (MP) que muda a base de cálculo dos débitos de indústrias com fundos constitucionais de financiamento, como Finor, Finam, FNE e FNO, deve ser assinada em Fortaleza, no próximo dia 16. A notícia foi dada ontem, pelo presidente da FIEC, Ricardo Cavalcante, durante a solenidade de lançamento da “Plataforma para o Desenvolvimento Industrial Cearense”.

“Recebi a notícia ontem (6), do próprio ministro Rogério Marinho (Desenvolvimento Regional). Posso dizer que esse trabalho se deve muito ao Beto Studart e ao Carlos Prado (ex-presidente e atual vice da FIEC, respectivamente), que chegaram ao ponto de abrir os balanços do BNB, da Sudene, do Finor, para mostrar que o governo estava errado. É uma luta de 25 a 30 anos e a grande pedra no caminho da indústria e do comércio do Nordeste”, comemora.

Cavalcante exemplifica o impacto da MP: “a operação vai voltar para o valor original, se você pegou R$ 100 mil há 20 anos, volta para R$ 100 mil, corrige pelo índice que está no contrato, sem juros e multa, traz para o valor presente, corrige-se o que foi pago e deduz um do outro”. A expectativa é que a renegociação reduza os débitos, muitas vezes impagáveis, em até 70%, com 120 meses para pagar.

Mapa do gás
Outro trabalho de levantamento e sistematização de dados sobre o potencial cearense que a FIEC deve se debruçar no ano que vem são os atlas do gás e da mineração, no mesmo molde do Atlas do Solar e Eólico do Ceará. Sebrae, Cegás e Secretaria do Desenvolvimento Econômico e do Trabalho serão parceiras dos projetos. Ricardo Cavalcante afirma que conversou com o governador Camilo Santana sobre o assunto e que o Ceará precisa sair na frente para a transição das matrizes energética e de combustível para fontes renováveis.

Agilidade
Ricardo Cavalcante citou o caso do Atlas Eólico e Solar como exemplo da importância deste trabalho: “nós lançamos em um ano, no outro, o Ceará ficou com 50% do leilão. Por quê? Porque demos velocidade na resposta, ao invés de colocar uma torre pra medir e esperar um ano, ver por satélite. É esse o papel da Federação, identificar onde tem um problema e ir lá”.

Otimismo
O presidente da FIEC se disse “otimista” com 2021 e que será preciso não apenas retomar o lugar que o setor industrial teve na economia do Ceará no passado, mas ultrapassá-lo. “A indústria representa 19% da economia do Ceará, já foi 28%, mas a nossa participação do pagamento de impostos é 34%. São 296 mil colaboradores, já tivemos 430 mil”, lamenta.

Robinson Crusoé amplia produção

Planejando alavancar sua participação no mercado nacional de atum, sardinhas em lata e outros derivados, a espanhola Robinson Crusoé, que tem fábrica em São Gonçalo do Amarante, pretende investir no Ceará R$ 75 milhões até 2025, dos quais R$ 25 milhões já foram investidos. Parte dos recursos será direcionada para a implantação de uma unidade de produção de farinha de peixe, a construção de uma planta de ração e ampliação do parque frigorífico. O portfólio da marca tem sardinha gourmet, salmão e patê e salada de atum, entre outros itens, e serão feitas melhorias nas áreas de logística e distribuição. A Robinson Crusoé é a terceira maior vendedora de atum do Brasil e ocupa 8,5% do mercado de sardinhas.

Adece empossa novos dirigentes de câmaras setoriais

Presidentes, vice-presidentes e secretários-gerais eleitos para o exercício de 2021 das Câmaras Setoriais e Temáticas tomarão posse nesta terça-feira (08), durante o II Fórum dos Presidentes das Câmaras Setoriais e Temáticas, realizado virtualmente pela Agência de Desenvolvimento do Estado do Ceará (Adece). Sob o comando do presidente da Adece, Eduardo Neves, o evento contará com apresentação dos trabalhos das Câmaras realizados durante o ano de 2020.