Economia

Ferramentas digitais impulsionam micro e pequenos negócios durante a pandemia

Pesquisa do Sebrae identificou que entre maio e junho, percentual de MPEs no Ceará que utilizam sites e aplicativos saltou de 30,5% para 42,5%. No Brasil, Facebook e WhatsApp são as ferramentas mais utilizadas, principalmente para incrementar as vendas

Giuliano Villa Nova
economia@ootimista.com.br


Utilizar os meios digitais é fundamental para a sobrevivência no mercado – especialmente para os micro e pequenos empresários. A realidade, que vem se consolidando há alguns anos, tornou-se mais clara para os empreendedores de menor porte durante a pandemia. De acordo com uma pesquisa feita pelo Sebrae de São Paulo, 22% dos micro e pequenos empresários no Brasil passaram a usar plataformas on-line nos últimos meses. Dos que já utilizavam essas ferramentas, 60% passaram a intensificar as ferramentas digitais no dia a dia.
No Ceará, essa é uma prática cada vez mais presente. “Em maio, 30,5% das empresas cearenses utilizavam alguma ferramenta digital, como sites e aplicativos, para difundir seus negócios. Em junho, esse resultado saltou para 42,5% das MPEs do Ceará”, informa Jonny Oliveira, articulador do escritório do Sebrae Ceará em Fortaleza.
Para ele, esses empresários buscam os meios digitais porque notaram os ganhos financeiros e de eficiência na gestão. “As ferramentas digitais têm como vantagem melhorar o desempenho das pequenas empresas, sem necessariamente aumentar os custos de forma proporcional. Basta pensar, por exemplo, em uma rede social: uma postagem pode atingir um sem número de pessoas, se for bem elaborada. Um folder impresso, por outro lado, tem um limite de alcance”, explica o articulador do Sebrae.
Qualificação
De acordo com levantamentos do Sebrae, a proporção de MPEs com página na internet mais do que dobrou em todo o Brasil durante a pandemia, passando de 11% para 27%. “O maior avanço ocorreu no uso das ferramentas digitais, em especial do WhatsApp e do Facebook, onde a quantidade de empresas com perfil passou de 37% para 40%. Já o WhatsApp é usado por 72% do setor para se comunicar com clientes, principalmente para fornecer informação de produtos ou serviços (59%), atender o cliente (59%) e fazer vendas (43%)”, detalha Jonny Oliveira. “Essas duas ferramentas são as mais usadas pelas MPEs na divulgação de produtos e serviços, para estreitar o relacionamento com os clientes e ampliar as vendas”, completa.
Ainda de acordo com a pesquisa do Sebrae, os 20 cursos que ajudam a vender mais pela internet, oferecidos gratuitamente no site da instituição, já tiveram mais de 20 milhões de visualizações. É uma evidência de que os empreendedores têm se alertado para a relevância de investir em qualificação e gestão do negócio.
Acompanhando essa tendência, o Sebrae desenvolveu o projeto de Transformação Digital, que busca gerar valor para pequenos negócios, fornecedores e parceiros. “A proposta envolve os eixos do mapa estratégico do Sebrae, que são a Competitividade dos Pequenos Negócios, a Competitividade Estrutural e Sistêmica, o Estímulo ao Empreendedorismo e a Excelência na Gestão”, observa Jonny Oliveira,
Para o articulador do Escritório do Sebrae Ceará em Fortaleza, a presença digital se tornou uma exigência de mercado, que pode ser responsável pelo aumento da competitividade das empresas.
“A sociedade está cada vez mais conectada e toma decisões importantes por meio de smartphones e computadores”, observa. “O uso das plataformas tecnológicas deve ser feito de maneira estratégica para beneficiar os negócios e contribuir para o desenvolvimento sustentável das empresas. Caso essa tendência não seja absorvida pelos pequenos negócios, perdem-se oportunidades de integração e de desenvolvimento”, conclui.

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