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Editorial O Otimista: Posse no TSE: recado merecido, discrição necessária

Ministro Alexandre de Moraes é o novo presidente do TSE / Rosinei Coutinho/SCO/STF

A campanha eleitoral de 2022 começou, oficialmente, na última terça-feira (16). Deveria ter sido um marco de grande visibilidade no calendário. Foi ofuscado, entretanto, pela posse, no mesmo dia, do novo presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Alexandre de Moraes.

Um dos maiores eventos de Brasília nos últimos tempos, a chegada do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) à cúpula da Justiça Eleitoral brasileira levou as mais relevantes autoridades da política e do Judiciário do País ao auditório principal do TSE.

O presidente da República e quatro ex-mandatários da nação, os dirigentes máximos do Congresso Nacional, 22 governadores estaduais, mais de cem embaixadas e comando de tribunais superiores compuseram a lista de dois mil convidados especiais.

Há dois aspectos merecedores de avaliação. O mais destacado deles diz respeito ao contexto em que se deu a posse de Moraes. A cerimônia foi o ponto alto da biografia de um personagem que se notabilizou pelos embates em defesa do processo eleitoral e urnas eletrônicas e no combate às fake news.

Desse ponto de vista, a presença maciça de representantes institucionais, os efusivos aplausos ao discurso contundente do presidente empossado e a ampla repercussão daí decorrentes, deram o tom da uníssona defesa da democracia brasileira, enviando um duro recado: haverá eleições livres, dentro das regras vigentes, e os resultados serão respeitados.

Registre-se a altivez com que o TSE deve comandar o pleito, nestas eleições gerais de 2022. Há muito em jogo. Trata-se do presente e do futuro de um dos países mais visados do mundo, com potencialidades incríveis e gargalos igualmente inacreditáveis.

Dito isso, destaque-se, também, que a Justiça Eleitoral deve procurar trilhar, sempre, o caminho da serenidade e equilíbrio. É isso o que garante o regular distanciamento do debate e da caça ao voto. Mais: isso inibe ou evita que o discurso em defesa da democracia seja capturado por esta ou aquela força política.

Alexandre de Moraes deu seu merecido recado, que segue ecoando nos mais variados quadrantes da vida nacional. Agora, é seguir firme, primando pelo bom senso e discrição. Raramente, o jogo é bom de ser visto quando o árbitro aparece mais do que os jogadores em campo.

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