Já considerada umas das principais dos últimos anos, a guerra entre Israel e o grupo extremista Hamas ameaça subir de patamar, caso o exército israelense avance por terra na Faixa de Gaza. Lá vivem quase de 2,5 milhões de pessoas.
O número de vítimas não para de crescer. De acordo com os últimos levantamentos, uma semana de guerra já deixou mais de 3 mil mortos, de ambos os lados, feriu o dobro e desabrigou quase 200 mil.
Iniciada no último sábado (7), a crise aprofunda a instabilidade de uma região já frágil, em termos políticos. Dono de poderosos recursos militares, Israel é o único país do Oriente Médico com ogivas nucleares.
De origem milenar, o conflito entre Israel e palestinos envolve disputa por territórios, religião e geopolítica. Nem mesmo a criação do Estado de Israel, no pós-Segunda Guerra, amenizou a tensão.
O Hamas diz que os ataques são uma resposta ao que considera perseguição por parte de Israel; ao revidar, com forças incomparavelmente superiores, Israel diz que está apenas exercendo o direito à defesa.
Ironicamente, os argumentos de ambos os lados procedem – o que não quer dizer que estejam certos. Do ponto de vista dos valores éticos, que moldam a tradição judaico-cristã, guerra alguma deveria se justificar.
Já tenebrosa por definição, uma guerra nunca chega sozinha. Antes de ser iniciada, diversos outros caminhos falharam. No rastro do conflito, ficam mortos – inclusive, muitos civis -, doenças e infraestrutura destruída.
A situação pode ficar ainda mais delicada, se o grupo libanês Hizbullah aliar-se ao Hamas. Confrontos bélicos de grande porte têm potencial para abalar a economia mundial. A região é a maior produtora de petróleo.
Criada para tentar equacionar impasses do tipo, a Organização das Nações Unidas (ONU) vem perdendo protagonismo e sendo criticada por inanição. Essa guerra, portanto, impõe relevante teste à instituição.
Presidente rotativo do Conselho de Segurança da ONU, o Brasil, que historicamente se declara neutro, tenta saída para o conflito. Outro ponto a destacar é a operação do governo, para buscar brasileiros que estavam na zona deflagrada.
Destaque-se, ainda, a cooperação de países como Egito – que abrem fronteiras para receber refugiados -, e o esforço de várias outras nações, inclusive, do Brasil, para a construção de corredores humanitários – por onde passarão ajuda.
Diante do drama que somente uma guerra é capaz de gerar, tudo isso é muito pouco. Mas pode ser o início de um processo, para a abertura de negociações, com vistas ao reestabelecimento da paz.
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