Já considerado o ano mais quente da história, 2023 caminha para ser, também, o mais atingido pela alta dos preços de produtos e serviços, por causa das alterações climáticas.
Em Miami, nos Estados Unidos, investidores buscam terrenos longe da praia. A tendência, provocada pelo receio de subida do nível do mar, já afeta o valor de aluguel em áreas mais altas.
No Texas, secas desastrosas arrasaram plantios de algodão, vendido para o mundo todo, agora a custos maiores, na forma de absorventes higiênicos, fraldas de pano, compressas de gaze e outros produtos.
Na Europa, o último verão, quente, seco e longo, prejudicou vários tipos de safra, em dezenas de países. Os efeitos chegaram, rapidamente e com força, às gôndolas de supermercados.
No Brasil, a escalada de preços por questões ambientais deverá ser sentida de forma mais severa do que a média global.
Com grande parte de seu território na região tropical, o País aquecerá mais do que a região oceânica.
Segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) dos últimos 60 anos, algumas regiões brasileiras já apresentam temperaturas máximas de até 3ºC graus superior.
Isso já é realidade na Amazônia, onde uma seca histórica trouxe os efeitos mais expressivos dos últimos 40 anos.
Com a combinação de menos chuva, aumento da temperatura e redução da umidade do solo, a região enfrenta crise na agricultura e pecuária. Certamente, os reflexos aparecerão no orçamento doméstico.
Nos últimos meses também chamou a atenção, no Brasil, a corrida às lojas por aparelhos de ar condicionado, ventiladores e climatizadores de ambiente.
Em alguns modelos, os preços subiram até 40% e houve forte impacto na conta de energia elétrica – cujo consumo bateu recorde, neste segundo semestre.
Para além do peso no bolso do consumidor, o aquecimento global pressiona, cada vez mais, por investimentos públicos bilionários, ao redor do mundo, na tentativa de mitigar efeitos.
A conta começa a chegar – particularmente, para as populações mais frágeis – justamente, as menos responsáveis pelo atual cenário.
Realizada sob forte expectativa, a COP 28, ocorrida nas últimas duas semanas, em Dubai, reuniu 195 países. O resultado não foram acordos ideais – com metas e prazos ousados, para o fim dos combustível fósseis. Foram compromissos possíveis.
Daqui a dois anos, o Brasil será o centro das atenções, na próxima cúpula do clima – agendada para a cidade de Belém (PA). Até lá, que uma nova mentalidade global seja encampada pelos líderes políticos e econômicos.
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