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E essa onda de calor?

Edmar Fernandes de Araujo Filho é médico e diretor de comunicação da Federação Médica Brasileira (FMB)

A morte de uma fã em um show da cantora Taylor Swift no Rio de Janeiro, supostamente, devido o calor, deixou em alerta todos os brasileiros. A jovem teria tido uma parada cardiorrespiratória logo no início do show e relatos apontam que no local do show as pessoas estavam com dificuldades para conseguir água. No dia do show, o Rio de Janeiro chegou a uma temperatura máxima de 39,1°C.

Nos últimos dias está sendo constante nos noticiários a abordagem de assuntos referentes a onda de calor que o Brasil está passando, mais acentuada em algumas regiões. A classificação de onda de calor é bastante variada, mas é possível definir quando a temperatura absoluta (tanto a mínima quanto máxima) excede os valores normais para a região, por no mínimo, 3 dias consecutivos.

Quando as temperaturas estão elevadas, existem várias queixas como, excesso de sede, suor, irritabilidade e até sintomas mais graves, como fadiga em exposição prolongada a atividades físicas e mesmo no trabalho quando a temperatura se situa até os 32° C. Quando a temperatura se situa entre 32,1° a 41°C existe a possibilidade de cãibras, esgotamento e insolação para exposições prolongadas e atividade física. A insolação causa um aceleramento da desidratação do indivíduo.

Existem evidências relacionadas entre o aumento de mortalidade e o calor. Os efeitos na saúde parecem estar associados à exposição do corpo humano a temperaturas elevadas e prolongadas acima das quais a população está habituada. Entre as causas de morte associadas à onda de calor destacam-se doenças do aparelho cárdio circulatório, principalmente devido a hipertensão, doenças cerebrovasculares, doenças do aparelho respiratório, com destaque para as pneumonias, e até neoplasias malignas foram citadas em estudos.

As doenças e a mortalidade associadas ao calor podem ser evitadas através de alteração do comportamento como beber bastante líquidos, uso de ar-condicionado e evitar excesso de roupas que possam reter o calor do corpo, dificultando seu resfriamento. Sendo um assunto de importância para a saúde pública, é necessário desenvolver modelos de previsão climáticos e tomadas medidas de prevenção, tanto a nível social, como de emergências hospitalares, de forma a prevenir as manifestações graves e até mesmo a mortalidade.

 

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