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Comunicação envizada

A cada fala de Jair Bolsonaro o país entra em ebulição. Não é só o que o presidente diz, mas, principalmente, como ele diz. Como combater a pandemia do Covid-19 sem levar o país à bancarrota econômica é uma discussão pertinente e deve ser travada, mas de modo sereno. Porém, Bolsonaro trata o assunto com a sutileza de um elefante numa loja de louças. Foi assim na última terça-feira (24). O discurso, em rede nacional, na contramão do que preconiza o seu próprio ministro da Saúde, só serviu para confundir a população e desautorizar o ministro Luiz Henrique Mandetta tem se mostrado competente na condução da crise, no âmbito da União.

Dupla personalidade

Ao longo das últimas semanas o presidente tem se especializado em desautorizar suas próprias palavras. Ora faz pouco da gravidade da doença – “é só uma gripezinha para a maioria das pessoas!” -, para depois admitir que a pandemia é realmente grave e que a população precisa seguir fielmente as orientações das autoridades sanitárias. Bolsonaro claramente passeia entre a racionalidade científica e a pressão da ala ideológica do governo – seus filhos, especialmente -, ávida por agradar os apoiadores mais radicais. Um jogo perigoso, que pode levar o presidente ao isolamento político.

Diálogo ajuda

A vida ensina que dificuldade é oportunidade. Uma pandemia como essa do novo coronavírus é um grande desafio. Dependendo do desempenho, pode desgastar ou alavancar um gestor público. Aqui no Ceará, o governador Camilo Santana (PT) e o prefeito de Fortaleza Roberto Claudio (PDT) têm tomado medidas impopulares, mas com o cuidado de ouvir todos os setores impactados. Isso ajuda a minimizar os efeitos negativos na vida das pessoas e na busca de caminhos para o afrouxamento seguro do chamado ‘lockdown’, com a liberação gradual do retorno de algumas atividades paralisadas.

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