Economia

Comércio popular reforça vendas online e protocolos de biossegurança para clientes

Com a proximidade das festas de fim de ano, estabelecimentos voltados ao comércio popular reforçam protocolos de biossegurança e vendas online, garantindo assim a segurança de quem compra e de quem vende

Marta Bruno

martabruno@ootimista.com.br

Após a reabertura para o público, o comércio popular vem fortalecendo as vendas pelos canais online para clientes que ainda não podem se deslocar ao espaço físico e intensificando os protocolos de biossegurança para garantir mais proteção tanto para quem compra, como para quem vende.
Com os 5.000 pontos de venda reabertos desde o dia 10 de junho, o Centro Fashion adequou o prédio para receber os compradores com segurança e conforto. Porém, mesmo com a retomada das atividades físicas, o equipamento continua estimulando as vendas pela plataforma online. Com a Feira Digital, mais de mil marcas à disposição do comprador, sem qualquer custo para o lojista.
A estratégia busca movimentar os negócios e evitar aglomerações no espaço que, em anos anteriores, chegou a receber 60 mil pessoas por dia, perto do Natal. Antes da pandemia, a movimentação diária era, em média, de 15 mil pessoas. Hoje são 3.000, cinco vezes menos do que em anos anteriores.
O permitido pelo protocolo do Governo do Estado é um cliente a cada 7 m². Assim, a ocupação máxima simultânea é de 10.500 clientes. Atualmente, 65% dos visitantes compram no atacado e 35%, no varejo. A receptividade das vendas online tem sido tão positiva que o último bazar foi prolongado. “Pensamos criteriosamente formas para todos saírem ganhando, tanto nossos lojistas com boas vendas, quanto os clientes”, afirma o diretor André Pontes.
Antes da pandemia, o bazar durava apenas cinco dias. Devido às restrições de circulação e para evitar aglomerações, o evento se estendeu para dez dias. “Fortalecemos nossos protocolos dentro do prédio e aumentamos as fiscalizações de cumprimento desses protocolos. A nossa média atual é de 3.000 clientes por dia. Logo, estamos longe do limite, o que nos dá bastante segurança e conforto para atuar”, complementa.
De acordo com Pontes, para quem compra presencialmente desde 10 de junho, quando o Centro Fashion reabriu, entre as medidas para conter a disseminação do novo coronavírus no espaço estão a aferição de temperatura em todas as entradas, tapetes sanitizantes, álcool em gel dispostos em pontos estratégicos e a utilização de um software de contagem de pessoas dentro do prédio, funcionando em tempo real. “Quando está próximo ao limite de pessoas permitido pelo Governo do Estado, o sistema alerta para que possamos limitar a entrada”, ressalta.
No hotel que funciona no empreendimento, os protocolos aplicados são os mesmos de qualquer meio de hospedagem localizado em Fortaleza ou em outra localidade do Estado. Entre os revendedores que compram no empreendimento, a maioria é do Pará, Maranhão, Piauí, Rio Grande do Norte, Bahia e Pernambuco. Em anos anteriores, na baixa estação o espaço comportava em torno de 15 mil pessoas por dia e, na alta, como perto do Natal, o público já chegou a ser de 60 mil pessoas. Nesses três anos e meio de funcionamento, os dias mais movimentados continuam sendo quarta, sexta-feira e sábado.
A maioria dos lojistas vende nas duas modalidades. Parceria com o Serviço Brasileiro de Apoio à Micro e Pequena Empresa (Sebrae) permite que lojistas do equipamento passem por capacitações constantes, especialmente em relação à gestão do negócio, orientação financeira, corte e costura e potencialização das vendas. Cursos, palestras e campanhas também funcionam como forma de melhoria profissional e de estímulo às vendas. Entre os pontos de venda, 90% são de vestuário – moda praia, íntima, infantil, feminina e masculina. Mas há ainda espaços com comercialização de acessórios de moda e para celular, além de serviços que incluem clínica odontológica, salão de beleza e praça de alimentação.
A expectativa para o fim de ano, época de pico de vendas no equipamento, é reforçar os protocolos de biossegurança e as vendas através da plataforma digital. Com os resultados positivos da Feira Digital, a ideia é continuar estimulando essa forma de compra. A Feira Digital, segundo o empresário, facilita o contato entre o cliente e o lojista ou feirante, além de engajar e incrementar vendas. Toda a logística de estoque, precificação, entrega e pagamento é de responsabilidade do fabricante. Na plataforma online, mais de mil marcas estão à disposição dos compradores.
“Mesmo não havendo essas festas públicas, as pessoas terão eventos mais íntimos em casa com os familiares mais próximos. Dessa forma, acredito que nosso equipamento saia na frente no quesito vendas, pois temos produtos com qualidade e com preços baixos”, considera o diretor.

Vendas no Polo de Moda da José Avelino aumentam 12% em setembro

Com crescimento constante desde que reabriu em julho, o Polo de Moda da José Avelino, no Centro, se esforça para cumprir os protocolos sanitários junto a lojistas e clientes. A expectativa para o período de outubro a dezembro, quando ocorre o pico das vendas no comércio popular, é atrair o comprador com a garantia de segurança, mas com horários estendidos, como ocorria em anos anteriores. Em setembro, as vendas aumentaram 12%.

O aumento nas vendas diz respeito às comparações neste ano, não a anos anteriores. De julho para agosto, o crescimento foi de 8% a 9% e, de agosto para setembro, em torno de 12%. As informações são do diretor da Associação dos Gestores de Empreendimentos do Polo de Moda da José Avelino, Pedro Carapeba, que também é diretor do Pátio Central.

O polo concentra 12 mil pontos de venda distribuídos em 35 empreendimentos, sendo 230 lojas somente no Pátio Central. “Nós estamos vivendo um processo de readaptação, de reorganização e de crescimento. Não em relação ao ano anterior, mas porque estávamos parados. Há uma expectativa muito grande e positiva até o fim do ano. Mas vamos ver como vão ficar os protocolos, tudo depende de como vai se comportar a covid-19. Estamos seguindo tudo rigorosamente e cobrando que todos sigam também”, afirma Carapeba.

Hoje as lojas estão funcionando de 9 as 17 horas. Em anos anteriores, outubro e novembro estendiam o horário até 19 ou 20 horas e, dezembro, até 22 horas. Além disso, nos fins de semana de dezembro o polo abria por volta de 6 horas da manhã. “Esperamos que a covid-19 realmente diminua no Ceará e que possamos estender o horário para facilitar a retomada da economia no nosso polo de moda”, sugere.

Para o diretor, o aumento atual nas vendas é referente a uma demanda reprimida. “Precisaríamos de mais tempo para trabalhar para realmente termos um crescimento real. Há um receio ainda de a população se expor e respeitamos isso. Todos os empreendimentos estão cumprindo o decreto rigorosamente, com distanciamento, uso de máscaras, termômetros”, diz. Para Pedro Carapeba, o fato de não haver festa pública de Réveillon na capital e no interior não interfere no desejo de compra nesta época do ano. “Em vez de uma festa com 6.000 pessoas, as pessoas vão fazer seis festas com 100. O dia 31 vai existir do mesmo jeito. A diferença é que vamos celebrar com 10, 20 pessoas. Mas não vai deixar de ter Natal nem Ano Novo”, ressalta.

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