Conforme estudo da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), a projeção é que as vendas pela internet neste fim de ano aumentem 64% em relação a 2019
Lucas Braga
economia@ootimista.com.br
A projeção de performance do comércio brasileiro neste mês está mais otimista, em comparação ao ano passado. O aumento nas vendas para o Natal 2020, antes estimado em 2,2%, agora está em 3,4%, conforme estudo da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).
A recuperação é atribuída ao impulso das vendas online, hábito intensificado desde o início da pandemia de coronavírus: os pedidos em 2020 cresceram 110% entre março e setembro, na comparação com 2019. A projeção é que as vendas pela internet neste fim de ano aumentem 64% em relação ao ano passado.
“A média do crescimento não significa muita coisa neste ano porque os setores passam pelo período de forma distinta. A maior parte do crescimento virá de alimentos, então os supermercados estão puxando [a alta]. Vestuário, por exemplo, vai ter desempenho muito inferior. Essa disparidade é preocupante”, alerta Altamiro Carvalho, economista da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (Fecomércio) de São Paulo.
A alta geral deve ser percebida localmente, conforme Cláudia Brilhante, diretora institucional da Fecomércio do Ceará, seguindo o desempenho da Black Friday e Black Weeks, em novembro. Moda, calçados, eletroeletrônicos e lembrancinhas (miudezas) são segmentos de maior destaque este ano. “As grandes varejistas aproveitam melhor e estão mais bem preparadas para as vendas online, mas os pequenos varejistas também estão bem atuantes. Inclusive já temos muitas lojas que são apenas online. Na Black Friday, cerca de 60 % a 70 % das vendas foram pela internet”, analisa.
No período, as vendas do e-commerce foram puxadas por artigos de moda, beleza, perfumaria e entretenimento, conforme monitoramento da Neotrust/Compre&Confie. Adotando novos hábitos e evitando filas e aglomerações, parte dos consumidores deve insistir no comércio virtual.
Com a desvalorização do real, a cesta composta pelos 214 bens e serviços mais consumidos nesta época do ano variou em média 9,4% no último ano. Se esse padrão de reajuste for mantido, o Natal de 2020 apresentará a maior alta de preços desde 2015, com aumento de 11%, conforme valores medidos através do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). (com agências)
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