Economia

Ceará tem alta de 34,5% na produção industrial, sendo a maior do Brasil em julho

De acordo com o IBGE, a alta do Ceará é reflexo da retomada das atividades econômicas e unidades produtivas após as paralisações por conta da pandemia da Covid-19. Setor de couro, artigos de viagens, calçados e de vestuário puxaram as altas

A produção industrial cearense no último mês de julho foi a mais alta do Brasil no período. De acordo com os dados divulgados ontem (9) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o crescimento percentual foi de 34,5%. As maiores altas, em seguida, foram o estado do Espírito Santo (28,3%), a média da região Nordeste (17,5%), além de Amazonas (14,6%) e Bahia (11,1%).
De acordo com o IBGE, a alta do Ceará é reflexo da retomada das atividades econômicas e unidades produtivas após as paralisações por conta da pandemia da Covid-19. De acordo com o secretário do Desenvolvimento Econômico e Trabalho (Sedet), Maia Júnior, é o segundo mês consecutivo que o Ceará desponta com excelentes resultados na recuperação econômica. “Nos meses de junho e julho, não só no comércio varejista, na agricultura e sobretudo na indústria, os resultados foram muito bons”, afirmou o secretário. Para Lauro Chaves Neto, professor da UECE e assessor econômico da Federação das Indústrias do Ceará (FIEC), a produção industrial cearense inicia processo de retomada em relação aos meses anteriores após o período de isolamento em decorrência da pandemia, e a atividade econômica está voltando aos poucos. “Toda a cadeia de suprimentos e consumidores precisa ser reconstruída e estão voltando aos eixos. Paulatinamente a economia cearense vem tomando o seu rumo. Acreditamos que o ano de 2020 fecharemos com um PIB ainda negativo em torno de 4% a 5% no Ceará que deve ser um número inferior ao PIB brasileiro”, estima Lauro Chaves.
O Ceará, pelo segundo mês consecutivo, se destacou no crescimento econômico, conforme afirma Maia Junior. “Foram destaque os segmentos da confecção, têxtil e calçados, e em julho, os serviços turísticos começaram a despontar, o que é natural com a volta do consumo no varejo, o que está ativando a recuperação do estoque da indústria”.
Ele ressaltou que as expectativas para o fim de ano são boas já que normalmente os meses de setembro a dezembro são favoráveis à indústria que está produzindo mais para atender a demanda natalina. “Com lojas abastecidas, economia se recuperando e principalmente a taxa de emprego em crescimento. O emprego é o nosso maior desafio”.
Segundo Lauro Chaves, é importante que para acelerar a retomada do setor, é necessário também retomar fatores como “o investimento, integrar as cadeias produtivas da indústria e promover uma internacionalização cada vez maior da nossa atividade industrial, tanto nas importações e exportações, como acesso a capital, transferência de tecnologia e inovação. Só assim nós levaremos a indústria cearense a um novo patamar, destaca

 

Couro, artigos de viagem e vestuário puxam crescimento

O resultado positivo no Ceará, se dá, segundo. o gerente da Pesquisa Industrial Mensal Regional do IBGE, Bernardo Almeida, muito por conta das altas nas taxas do setor de couro, de artigos de viagens, de calçados e de vestuário. “É a terceira taxa consecutiva positiva para o estado, com 92,5% acumulado, mas ainda abaixo 1% do patamar pré-pandemia”, completa.

Recuo
Por outro lado, três estados apresentaram recuo. Paraná (-0,3%) e Goiás (-0,3%) tiveram variações negativas, mas o Mato Grosso (-4,2%) teve recuo mais intenso em julho, após dois meses de alta, que acumularam 8,2%.
Comparada a julho de 2019, a produção industrial brasileira teve queda em 8 dos 15 locais pesquisados. Espírito Santo (-13,4%) e Paraná (-9,1%) assinalaram os recuos mais intensos. Pará (-7,5%), Rio Grande do Sul (-7,5%), Bahia (-5,7%), Santa Catarina (-4,9%), Mato Grosso (-4,4%) e São Paulo (-3,3%) completaram o conjunto de locais com queda na produção.
Por outro lado, Pernambuco (17,0%) apontou o avanço mais acentuado. Amazonas (6,0%), Goiás (4,0%), Ceará (2,7%), Minas Gerais (1,5%), Rio de Janeiro (1,0%) e Nordeste (0,9%) mostraram as demais taxas positivas.

Deixe uma resposta

Compartilhe

VEJA OUTRAS NOTÍCIAS