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A felicidade no Brasil

Pierre Barreto é engenheiro, escritor e radialista

A ideia de felicidade relaciona-se com a sensação frequente de bem-estar consigo mesmo e com os outros, a alegria de viver e a satisfação social. Alguns países colocam a felicidade como elemento constitucional. É o caso de Cuba, China, Portugal, Butão, Coreia do Sul e Japão. No Brasil, o STF entende que a felicidade é uma derivação dos direitos e garantias fundamentais da Constituição.

Vários institutos de pesquisa têm procurado avaliar esse desejo essencial, em todo o mundo. Normalmente os trabalhos estão mais voltados aos atributos de qualidade de vida que podem levar à felicidade. A ONU criou, em 2012, o Ranking Mundial de Felicidade, divulgados pelo World Happiness Report (WHR). Essa metodologia avalia a felicidade em cerca de 140 nações, com base na autopercepção das pessoas e em indicadores econômicos e sociais, a partir de seis fatores-chaves: apoio social, renda, saúde, liberdade, generosidade e ausência de corrupção.

Na última avaliação, o Brasil ocupou a 44ª colocação, avançando cinco posições em relação ao ano anterior. Em 2015, o país já obteve a 16ª posição. Embora a ferramenta da ONU receba muitos questionamentos, a oscilação do Brasil pode ter a ver com as mudanças sociais da última década.

Conforme pesquisa do Instituto Fome Zero, ocorreu em 2023 a redução de pessoas com insegurança alimentar, com a queda do desemprego e a estabilidade de preços dos alimentos. Além disso, houve aumento de renda da população, pelos programas de transferência de renda e reajuste real do salário-mínimo.

Outras pesquisas revelam que os brasileiros associam felicidade mais ao bem-estar e à convivência social, do que aos aspectos financeiros e à posse material. Estar bem, ter vida simples, ser otimista, valorizar a família e ter autoestima elevada tiveram as melhores notas. Isso após o atendimento das necessidades básicas, como saúde, alimentação, moradia e emprego.

É difícil imaginar que uma pessoa seja feliz sem ter essas condições atendidas. A Finlândia é o primeiro colocado na ONU, seguido por outros países nórdicos. O Afeganistão ocupa a última posição da lista, após Serra Leoa, Lesoto e Líbano, todos em meio a sérias crises humanitárias.

 

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