Cultura

The Calling celebra resiliência e recomeço em show nesta sexta (17), em Fortaleza; confira entrevista exclusiva

Turnê que passa por 22 cidades brasileiras traz misto de grandes sucessos e novas canções autobiográficas do líder da banda Alex Band
Aflaudísio Dantas
aflaudisio@ootimista.com.br

Foto: Edimar Soares

 

Os versos de canções como “Wherever You Will Go”, “Adrienne” e “Could It Be Any Harder” se reproduzem praticamente sozinhas nas mentes de todos que viveram a adolescência no início dos anos 2000. As canções eternizadas no rock delicado e emotivo da banda californiana The Calling, são um recorte fidedigno da primeira década do século. Esses sucessos e uma leva de canções inéditas formam o setlist do show do The Calling, nesta sexta-feira (17) em Fortaleza (ver serviço). O vocalista e líder da banda, Alex Band, falou com exclusividade ao O Otimista, sobre a apresentação que faz parte da turnê de comemoração dos 23 anos do lançamento de “Camino Palmeiro” (2001), o maior êxito do grupo.

Fortaleza é a 12ª cidade a receber a turnê de comemoração do álbum “Camino Palmero”, num total de 22 apresentações. Para chegar ao Brasil e realizar a maratona de shows em todo o território nacional, Band enfrentou problemas com passaporte, obrigando a remanejamentos na agenda.

Será uma viagem pela trajetória do grupo com clássicos conhecidos pelos fãs, lançados nos dois discos de estúdio “Camino Palmero” (2001) e “Two” (2004). Mas também haverá espaço para canções autobiográficas de Band, relatando suas lutas durante o hiato da banda que resultaram, segundo o artista, em material suficiente para um álbum duplo. O grupo, que da formação original mantém apenas Alex Band, está sem lançar trabalhos inéditos há 20 anos. Agora como um trio, Band é acompanhado por Dom Liberati e Daniel Damico.

E o roteirista da vida de Alex Band não foi nada generoso nesse enredo de 20 anos.Mas não é nada que afete o seu bom humor. Band está contente por regressar a Fortaleza. Diz que já visitou a cidade antes e teve a sensação de que a Capital evoluiu bastante desde sua última vinda. O bom humor e otimismo são ferramentas para abordar questões delicadas de sua trajetória, como os 7 centímetros de estatura que perdeu por conta da escoliose, a batalha jurídica que travou com o ex-parceiro Aaron Kamin pela marca “The Calling”, além de sua luta contra o mal de Parkinson.

Ainda há espaço para um lado engajado politicamente do artista. Alguns dos novos singles, que em breve serão lançados como um álbum, tratam de temas da atualidade, como as questões políticas, passando pelas guerras e desastres humanitários, como a pandemia de covid-19. A vida deu muitos limões para Alex, que agora nos serve uma saborosa limonada num show sobre nostalgia, resiliência e inventividade.

Confira a íntegra da entrevista com Alex Band:
O Otimista: Gostaríamos de dar as boas vindas a você.

Alex Band: Boa tarde! (em português).

O Otimista: Seja bem vindo ao Ceará, já veio aqui outras vezes. Já está ambientado com o clima da cidade? O calor?

Alex Band: Essa cidade é mesmo muito quente (risos). Mas a cidade mudou bastante, evoluiu, vejo muito mais prédios.

O Otimista: O calor do público é proporcional ao clima da cidade. Existem muitos fãs do The Calling no Brasil, fãs muito leais.

Alex Band: Na chegada, no aeroporto já tinha balões, já tinha cartazes, tinha gente nos esperando, pedindo fotos.

OO: As músicas que você compôs mais de 20 anos atrás no álbum Camino Palmero, ainda dizem muito para os jovens da atualidade. Pessoas que não entendem o inglês, mas vão à internet até hoje buscar pelas traduções.

AB: Muita gente me fala nos shows que aprendeu inglês com as músicas do The Calling, lendo as nossas letras.

OO: A que você deve a longevidade da sua obra, que mesmo 20 anos depois depois ainda dialoga com uma parte importante da juventude?

AB: As nossas letras são genuínas, são verdadeiras, e as pessoas ainda se relacionam com elas até hoje. Ficar 20 anos sem lançar uma música e ainda ver as pessoas se relacionando com as letras e as músicas de antigamente,é impressionante. Não sei qual o segredo, mas aposto que são as músicas que precisam ser genuínas.

OO: Apesar de estar há 20 anos sem lançar música inedita, você tem escrito muito. Conta um pouco das surpresas que você está preparando, já que alguns singles inéditos serão tocados no show de amanhã.

AB: Algumas das músicas foram escritas 15 anos atrás. Logo depois do sucesso do segundo álbum, nós já compomos canções. Muitas músicas também contam um lado pessoal, dos meus problemas de saúde. O novo álbum abrange 20 anos. Tem coisas da época da pandemia e tem coisas que escrevi agora.

OO: Então é correto dizer que as canções do novo trabalho são autobiográficas?

AB: Certamente as novas canções são autobiográficas, tem coisas muito pessoais ali. Desde que voltamos a escrever como uma banda já temos mais de 20 músicas gravadas. Temos material suficiente para lançar um álbum duplo.

OO: Como está a dinâmica do The Calling com a nova formação?

AB: A dinâmica é incrível. Eu e o Dan (Daniel) já escrevemos juntos há muito tempo. Já compomos para o American Idol, para tantos outros artistas que não gravamos, mas que escrevemos. Temos esse lado rock and roll, onde nos conhecemos bem e escrvevemos há tanto tempo juntos e com a entrada do Dominic (Dom Liberati), que é um pouco mais pop… então juntou o nosso rock, com o pop do Dominic. O Dom canta, toca piano, toca baixo, guitarra. Tudo que eu não conseguia fazer, acho que os outros complementam. A dinâmica não poderia ser melhor, principalmente escrevendo as músicas novas. Temos muitas esperanças com o que podemos fazer.

Confira galeria de imagens de Alex Band

Serviço:
Local: Level – Fortaleza/CE
🗓️ Data: 17/05
🎟 Ingressos: a partir de R$ 150
@BilheteriaDigital
Produção: D Music

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