Colunista

Se der a lógica, PDT e PT marcharão separados em Fortaleza – por Erivaldo Carvalho

PT de Fortaleza faz oposição a Sarto / Divulgação

Política é a arte da mediação, do convencimento e, às vezes, dos resultados inesperados. Mas pode ser vista, também, como ambiente de decisões difíceis e pragmatismos.

Nesse sentido, o impasse em Fortaleza entre o PDT do prefeito José Sarto e o PT de Elmano de Freitas sinaliza forte tendência de aprofundamento. Em português claro: são mínimas as chances de uma chapa PDT-PT – ou PT-PDT –, como queiram.

Há três eleições municipais (2012, 2016 e 2020), o grupo político hoje abrigado no PDT não caminha junto com o PT. A última vez em que isso aconteceu foi na reeleição do então governador Cid Gomes (à época no PSB).

O histórico já tem um peso em si. Isso somado ao esgarçamento protagonizado por vários dos líderes pedetistas e petistas, desde o processo eleitoral do ano passado, deixa a reaproximação ainda mais distante.

O terceiro ponto, desenhado aqui nas últimas duas colunas, aponta para a melhor chance de o PT voltar à Prefeitura de Fortaleza, considerando-se o alinhamento dos governos petistas estadual e federal.

A quarta questão está aí: o PT de Fortaleza fazendo oposição a Sarto na Câmara Municipal e o PDT ligado às forças da Capital fazendo oposição a Elmano na Assembleia Legislativa.

Decisões na Capital podem subir para cúpulas nacionais

Fortaleza tem projeção política nacional / PMF/divulgação

Dois dos mais importantes partidos do País nas últimas décadas, PDT e PT também têm em comum a solidez orgânica e o comando nacional forte. Este último ponto, inclusive, é uma característica da cultura política do País. Isso significa que, considerando-se a relevância de Fortaleza nos cenários do Ceará e do Brasil, não será surpreendente se decisões locais em 2024 precisarem do aval das cúpulas máximas petista e pedetista.

A jogada envolvendo o PSD
Quem considera que as articulações para 2024 ainda não começaram, olhe para a entrada do PSD no governo Elmano de Freitas (PT). Em 2022, o grupo foi opositor ao atual comando do Palácio da Abolição e, mesmo derrotado, continuou como uma das forças políticas mais expressivas do Estado. Com essa relevância, a agremiação, com dezenas de prefeitos e centenas de vereadores, seguiu atrativa. A lógica é simples. Mais do que um reforço na Assembleia Legislativa, o governismo retira do mercado um potencial aliado dos adversários.

Lugar-comum
As eleições de 2024 já podem ser consideradas um ponto fora da curva. As redes sociais, por exemplo, já estão encharcadas de todo tipo de apelo. Dancinhas, denúncias e a clássica imagem de político visitando todo tipo de lugar, cumprimentando pessoas, viraram lugar-comum. E ainda estamos a mais de um ano da campanha eleitoral.

Ícones culturais
Polêmicas à parte, por conta da legislação de segurança no trânsito, o famoso transporte “pau de arara” em romarias religiosas deve virar patrimônio cultural nacional. É o que quer o deputado federal José Guimarães (PT), autor do projeto. A ideia junta-se a outro ícone nordestino, a vaquejada, que também divide opiniões.

Ética, ciência e cidadania na medicina

Roberto da Justa foi entrevistado na TV Otimista / Robyson Alves

O exercício da medicina no Ceará precisa ser melhor acompanhado, com base na valorização do profissional e melhores condições de trabalho, sem partidarismos nem ideologias. É o que defende o infectologista Roberto da Justa, representante da “Chapa 2 – Ética, Ciência e Cidadania”. O grupo concorre ao Conselho Regional de Medicina do Estado do Ceará (Cremec). Em entrevista ao programa Política, da TV Otimista, o professor universitário, atual secretário geral da entidade, fez pertinentes considerações sobre o Mais Médicos, Revalida, interiorização da atividade, expansão de cursos na área e formação. As eleições estão marcadas para os dias 14 e 15 de agosto.

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