Colunista

As redes sociais seguem inundadas pela reforma tributária. Sem nenhuma cerimônia, todos – governistas e adeptos de última hora –, derramam elogios sobre si e seus grupos, na já explícita tentativa de faturar, politicamente.

É justo. O novo conjunto de regras vira uma pesada página no País. Ficará para trás o manicômio tributário, que punia o setor produtivo e afastava investidores. Entrará em cena um regramento comparável aos modelos mais racionais e menos injustos do mundo.

No vácuo das comemorações, vem a pergunta: quem ganha e quem perde com o novo pacto tributário? Destravando a economia, como dizem seus defensores, a PEC aprovada na semana passada poderá representar para o PT o que o Plano Real foi para o PSDB nos anos 1990.

O governo de Luiz Inácio Lula da Silva, portanto e principalmente, será o principal beneficiário. Não somente pela energia canalizada neste primeiro semestre de mandato do presidente Lula. Mas, também, por se tratar de um legado.

Logo o PT, que foi contra o texto final da Constituição Federal de 1988 – apesar de ter assinado, depois de aprovado –, e que também se opôs ao já citado Plano Real e à Lei de Responsabilidade Fiscal.

A propósito, o PT ter sido contra o Real e a LRF explica porque o núcleo duro do bolsonarismo bateu tambor contra o novo sistema tributário nacional.

No Senado, o lento debate ganhará novos contornos

O novo sistema tributário mexerá, diretamente, na arrecadação dos estados e no poder dos governadores. Um dos pontos mais polêmicos é a criação do Conselho Federativo. Por estes e outros motivos, o projeto será dissecado, de forma mais arrazoada, pelos senadores – justamente por ser a chamada Casa Revisora o abrigo parlamentar das Unidades da Federação. Nesse ponto, um detalhe: o Nordeste, sozinho, tem 27 cadeiras – 1/3 do total.

Destaques da bancada do Ceará
Homem de bastidor, o líder do governo Lula na Câmara dos Deputados, José Nobre Guimarães (PT-CE) teve uma vitória particular, ao ajudar na construção do elástico placar pró-reforma tributária. O deputado Danilo Forte (União Brasil-CE) também ficou bem na foto, ao articular e encaminhar, como vice-líder do partido na Casa, o apoio à proposta. Também merece destaque Luiz Gastão. Presidente da Fecomércio-CE, o parlamentar do PSD-CE conseguiu melhorias para os setores de hotel, bar, restaurante e aviação regional.

Meta ousada
Até 2033, metade da população jovem de Fortaleza até 29 anos de idade deverá ter nível intermediário em um segundo idioma. Ousada, a meta, se alcançada, elevará a outro patamar o setor produtivo. Especialmente, na geração de novos negócios e fortalecimento do turismo. A boa iniciativa é da gestão do prefeito e poliglota José Sarto (PDT). Great!

Recesso
A semana política começa sob a expectativa de encerramento do primeiro semestre legislativo em todo o País. Em Brasília, deputados estão de alma lavada, pela produção acima da média para o período; a Alece também vai para o recesso com uma lista de votações e ações relevantes. O mesmo pode ser dito sobre a CMFor. Agora, às bases.

O fascinante mundo das pesquisas

Ele tem fala tranquila, é didático e gosta de explicar dando exemplos. Assim, não parece que Lucas Thut Sahd, formado em relações internacionais (PUC-SP), com pós em administração (FGV), lidera um dos mais promissores institutos de pesquisa do País, o Real Time Big Data. Em entrevista ao programa Política, da TV Otimista, o CEO da empresa mostrou os diferenciais do instituto. Um deles, enfatiza Lucas, é a pesquisa por telefone, que fez toda a diferença nas eleições de 2020, ocorrida em meio à pandemia. O interessante papo com o executivo pode ser assistido, na íntegra, neste link: bit.ly/3XFoQHO. Alguns dos melhores trechos estão nas Páginas Vermelhas, no início desta edição impressa.