Colunista

PDT-PT: missão (quase) impossível de Cid Gomes, parte 2 – por Erivaldo Carvalho

Fortaleza é a mais importante vitrine do PDT / PMF/Divulgação

Na última sexta-feira (14), aqui foi comentado o quão ingrata é a missão do senador e presidente do PDT-CE, Cid Gomes, de recoligar PDT e PT. A íntegra da coluna pode ser lida aqui.

Em resumo, dissemos que o PT, alojado nos governos federal e estadual, tem uma das melhores chance de voltar ao comando da Prefeitura de Fortaleza. E que Camilo Santana (PT), atualmente o maior líder político do Estado, tem ascendência sobre o governador Elmano de Freitas (PT) – algo que Cid não tem.

Mas suponhamos que, mesmo nesse contexto e com a animosidade política destilada entre muitos petistas e pedetistas, os dois grupos consigam sentar à mesa, para negociar uma chapa para a disputa do ano que vem, na Capital.

Levante a mão quem vê alguma chance de o PT ceder a cabeça de chapa. Por muito menos, a sigla preferiu nome próprio. Imaginemos agora, com o galopante cavalo selado. Ou que, na remota possibilidade de abrir mão, o partido não tenha uma listinha de nomes vetados.

Acontecendo outro cenário, com o candidato sendo do PT, como ficaria o PDT? Abdicaria da principal vitrine administrativa nacional para se submeter a uma vice? Logo o PDT do Ceará, que tem o maior número de prefeitos, deputados e vereadores do Estado?

Mas o Ceará não se resume a Fortaleza, diriam alguns. Há espaços na gestão, comando da Câmara Municipal e as eleições de 2026. Mas aí é outra história, que não diminuiria em nada o fato de o PDT se esfacelar.

Negociações ressuscitarão debate sobre reeleição

O prefeito José Sarto (PDT) / Divulgação

A cisão PDT-PT teve o epicentro na votação pedetista que tirou a então governadora Izolda Cela da candidatura à reeleição. O partido preferiu Roberto Cláudio. O PT foi de Elmano de Freitas. Dois anos depois, o direito a concorrer a um segundo mandato consecutivo poderá entrar, de novo, nas discussões. A saber: o prefeito José Sarto está se movimentando para mais quatro anos no Paço. Há diferença entre os direitos da ex-governadora e do prefeito? Há.

Luizianne e Guimarães
A caneta está com Elmano de Freitas e a força política, com Camilo Santana. Mas são os deputados federais José Nobre Guimarães e Luizianne Lins que controlam a burocracia no PT no Estado e em Fortaleza, respectivamente. Daí a importância dos dois parlamentares no jogo de xadrez de 2024, já apontando para 2026. Daí também porque a ex-prefeita é uma das pré-candidatas à sucessão de José Sarto (PDT) e Guimarães visa uma cadeira no Senado. Abrirão duas das três: as hoje ocupadas por Cid Gomes (PDT) e Eduardo Girão (Novo).

Inimigo externo
Quando os grupos políticos controladores do Governo do Estado e da Prefeitura de Fortaleza eram alinhados, a culpa era de Jair Bolsonaro. Agora, que os palácios da Abolição e do Planalto estão do mesmo lado, o dedo do PT passou a apontar para o Paço Municipal. Ou seja, sempre há um inimigo externo a identificar e combater.

Juntos por nós
Há mais ou menos cinco anos, as então gestões Camilo Santana (Estado) e Roberto Cláudio (Prefeitura) lançaram o “Juntos por Fortaleza”. Era um esforço dos dois entes públicos, com foco na mobilidade urbana, meio ambiente e infraestrutura da Capital. Com a cisão PDT-PT e o fim do programa, ficou claro por quem estavam juntos.

Os planos de Cláudio Pinho para 2024

Deputado estadual foi entrevistado na TV Otimista / Nicolás Leiva

O deputado estadual Cláudio Pinho (PDT) foi prefeito, por oito anos, de São Gonçalo do Amarante. Presidente do PDT local, o ex-gestor mantém vida política ativa no município. Em entrevista ao programa Política, da TV Otimista, Cláudio disse não ter dúvidas de que seu grupo lançará candidato na disputa eleitoral do ano que vem, no importante município da Região Metropolitana de Fortaleza. Com ruído zero, o nome será o do próprio ex-prefeito. O pré-candidato fia-se em dois pontos: a situação de São Gonçalo que, segundo ele, decaiu nos últimos dois anos e meio, e uma espécie de clamor por seu retorno à administração. Em 2020, mesmo bem avaliado, o pedetista não conseguiu eleger o sucessor.

 

 

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