Colunista

“O Estado não fez; a Prefeitura faz” pode ser mote de Sarto em 2024 – por Erivaldo Carvalho

Ponte dos Ingleses virou pivô de intrigas / PMF/Divulgação

Por uma dessas circunstâncias que somente a casualidade política é capaz de proporcionar, a gestão do prefeito José Sarto (PDT) pode ter encontrado, nos últimos dias, um bom mote para o projeto de reeleição, no ano que vem.

Em meio ao embate com o governo Elmano de Freitas (PT), a administração municipal anunciou que assumirá a reforma da Ponte dos Ingleses. Nas redes sociais, o vice-prefeito, Élcio Batista (PSDB), foi no ponto: “Se o governo não faz, a gente faz”.

A sacada foi triplamente feliz. 1 – ao puxar para si a responsabilidade pela obra – há dois anos parada na orla da Cidade -, a Prefeitura gruda no grupo político estadual a pecha de descaso com projetos na Capital – a la Acquario, como o próprio Sarto citou.

2 – A provocação ao Estado é um bom gancho para o Paço Municipal reforçar a imagem de Sarto como “tocador de obra”. O prefeito afirma serem mais de 200 em andamento e quase a mesma quantidade em processo de licitação.

O governo Elmano não pode dizer o mesmo, como mostram os canteiros paralisados Ceará afora, segundo vem mostrando a oposição na Assembleia Legislativa.

3 – Os dizeres “O Estado não fez; a Prefeitura faz” são em si muito bons. O corte comparativo e a força dos tempos verbais são de fazerem brilhar os olhos de qualquer estrategista de campanha eleitoral.

Fugir do debate sobre obras é saída possível para o PT

“Cuida das pessoas” pode ser mote / Governo do Estado

Obras paralisadas ou devagar quase parando não é o melhor dos mundos para nenhum governo com a cultura política do Brasil. Mantendo-se essa situação, a tendência do Palácio da Abolição poderá ser tentar desviar a atenção do distinto público para áreas onde a gestão vai bem. Mesmo surrado, o velho gancho “cuidar das pessoas”, em suas várias vertentes, pode ser uma saída. Ou mesmo investir em mensagens abstratas, a exemplo de embates políticos e ideológicos.

Lula e o “inexistente” centrão
Exímio jogador político, o presidente Lula sabe como poucos o que significa um Congresso Nacional alinhado. De preferência, sem o pesado jogo de pressão atual. Particularmente, em se tratando do centrão, que consegue reeleger o comando das duas casas, ditar a agenda parlamentar e aprovar reformas – assim como criar, se preciso for, grandes dificuldades para o Executivo. Dizer que o centrão não existe, como gostaria o petista, é mera tentativa de dividir o grupão, para melhor conquistá-lo.

CUT 40 anos
A Central Única dos Trabalhadores no Ceará (CUT-CE) promove, neste final de semana, em Fortaleza, o 15º Congresso Estadual, com o tema “40 anos: Luta, direitos e democracia que transformam vidas!”. Na ocasião será eleita nova direção estadual e plano de lutas 2023-2027. No auditório do Centro Universitário 7 de Setembro.

IBGE
A ida de Márcio Pochmann para a chefia do IBGE é temerária, do ponto de vista da isenção do estratégico instituto. Ele tem passagens polêmicas por estruturas petistas. Teme-se que na gestão do economista, em tempos de narrativas em detrimento de fatos, torture-se números e estatísticas, até os dados dizerem o que o algoz quer ouvir.

Capacitação para o desenvolvimento

Pedro Matos (PL) é vereador de Fortaleza / Divulgação

Quem acompanha política há algum tempo ressente-se do nível técnico nos parlamentos, que, de maneira geral, poderia ser bem melhor. No caso da Câmara Municipal de Fortaleza, além de dever, é uma necessidade, dada a importância da Cidade. Nesse sentido, mandou bem o vereador da Capital, Pedro Matos (PL). Nesta sexta-feira (28), ele conclui, em São Paulo, o curso imersivo de três dias Escola de Gestão Pública Municipal. Promovido pelo Renova BR e realizado na Escola de Ensino Superior da Fipe (FipeEES), a capacitação oferece conteúdos técnicos essenciais para o desenvolvimento político. Participaram 66 vereadores de todo o Brasil. Pedro foi o único do Ceará.

 

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