A semana política chega ao fim com, pelo menos, duas grandes contradições do governo Lula. Vistas no conjunto, mostram como o Palácio do Planalto tenta priorizar um modelo de desenvolvimento econômico velho e ultrapassado, em detrimento das maravilhas vendidas na campanha eleitoral.
Meio Ambiente. Comandado pela ex-petista, dissidente e, agora, neoaliada Marina Silva, o ministério está em vias de ser derrotado em uma questão central e muito cara à imagem do Brasil lá fora: exploração de petróleo na bacia da Foz do Amazonas, na costa do Amapá.
Trata-se de um desmonte do programa de governo levado aos palanques e debates televisivos, poucos meses atrás.
Indústria. O governo lançou, nesta quinta-feira (25), o que na teoria promete ampliar o acesso da população a automóveis. Para isso, está sendo montada uma série de incentivos, isenções e linhas de financiamento à indústria. É um claro sinal à classe média baixa, que tenta se livrar do transporte público.
A ideia em si é boa. Mas o pacote abarcará o clamor dos tempos atuais, no que diz respeito à sustentabilidade e transição energética? Ou, pela lógica do carro menos caro, a combustão e analógico, o pacote estará contribuindo para transformar o Brasil em um cemitério tecnológico?
Isso a campanha eleitoral do PT não mostrou.
A dupla responsável pela aprovação do arcabouço fiscal
Há dois personagens vitoriosos no convincente placar que levou a Câmara dos Deputados a acatar o arcabouço fiscal do governo Lula: o presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL), e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT-SP). O primeiro mostrou, mais uma vez, que tem controle sobre os votos de que o governo precisou; o segundo articulou, ouviu e falou, pacientemente. Este último deveria, inclusive, ensinar os líderes do Planalto, a quem sobra empáfia e falta força política.
Criminalização versus 2026
Diferentemente da CPI do MST – controlada por bolsonaristas, agropecuaristas e policiais –, a CPMI dos atos de 8/1 será conduzida por governistas. O governo fez suas escolhas. O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, com todas as críticas que se possa fazer, poderá ser criminalizado, ao final do processo. Já a comissão que investigará o passo a passo das ações e omissões que levaram à baderna na Praça dos Três Poderes parece ser, para o Planalto, mais do que a declarada defesa da democracia: trata-se de uma narrativa que olha para 2026.
Collor e o tempo
Eis que Fernando Collor, o menino rico que virou “caçador de marajás” e presidente da República, deverá entrar para a lista de ex-mandatários presos – lá já estão Lula e Michel Temer. Collor sofreu impeachment por corrupção. Com os direitos políticos recuperados, poderia escrever, de outra forma, seus últimos capítulos de vida pública. Preferiu reviver o passado.
Brasil e África
Muito oportuna e relevante o anunciado pedido de prorrogação da Década Internacional de Afrodescendentes, a ser feita pelo presidente Lula à ONU. O atual período será concluído em 2024. A iniciativa acontece em meio à repercussão mundial do caso de Vini Jr. Mais debate sobre a causa deverá estreitar laços do Brasil com a África.
Potencialidade e protagonismo
As atenções se voltam, nesta sexta-feira (26), para a Assembleia Legislativa do Ceará (Alece), onde serão discutidas as potencialidades do desenvolvimento do hidrogênio verde (H2V) no Estado. Também será abordado o protagonismo do Nordeste na produção de energias limpas. No pano de fundo, estará a importância dessa inovação para o desenvolvimento econômico, social e industrial. A discussão terá como anfitrião o presidente da Alece, Evandro Leitão. Em tempo: boas ideias precisam ser praticadas. A propósito, quanto de energias renováveis – solar e eólica, principalmente – já substituíram a de matriz hidro em equipamentos e serviços no Governo do Estado?
Foto: Reprodução via AP Após emocionar o público na cerimônia de abertura das Olimpíadas nesta sexta-feira (26), Céline Dion agradeceu a...
Foto: Anna Moneymaker/Getty Images/AFP O FBI confirmou, nesta sexta-feira (26), que o ex-presidente Donald Trump foi atingido na orelha direita por...
Deixe uma resposta