Colunista

Lula versus Israel vira ‘esquenta’ para domingo pró-Bolsonaro – por Erivaldo Carvalho

O presidente e o chanceler Mauro Vieira / Marcelo Camargo/Agência Brasil

O mais exaltado dos bolsonaristas jamais vislumbraria, há menos de uma semana, tanta mídia espontânea chamando para o ato do próximo domingo (25), na Avenida Paulista, onde o ex-presidente da República deverá passar por uma espécie de desagravo.

Como dito aqui, na última segunda-feira (19), o ex-mandatário terá um importante teste de liderança – e aderência – meses depois que entrou numa espiral de denúncias e muita pressão política.

E a “mídia espontânea” está vindo, muito ironicamente, de onde jamais se esperaria: de seu arquirrival ideológico, o atual mandatário, Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Segundo já comemoram os direitistas, esquenta melhor para o ato a favor do líder maior, impossível.

E o que foi preciso ser feito por Lula? O que está inundando o noticiário nacional e internacional: o mandatário brasileiro trocar farpas diplomáticas com Israel, tendo como pano de fundo a pesada operação militar na Faixa de Gaza.

O petista tem razão ao associar os atos de Telaviv ao Holocausto nazista? A reação de Israel foi desproporcional – como está sendo contra o Hamas?

É impossível dizer, quando a polêmica já tomou ares de disputa de narrativas, aqui e alhures.

O certo mesmo é que o episódio está sendo um capítulo à parte na novela da polarização política brasileira.

Lição do dia: não se constrói geopolítica no gogó

O Comitê de Segurança da ONU / Agência Brasil

Relações diplomáticas se constrói com muito preparo técnico, condições objetivas – econômicas, militares etc –, e jogo de cintura.

Não é transformando momentos de equilíbrio em palanques.

Sem entrar no mérito do disse-me-disse entre Brasil e Israel, Lula pode ter dado outro passo atrás nos planos de ser uma referência diplomática internacional.

O primeiro foi em agosto de 2023, quando o presidente brasileiro relativizou a invasão da Rússia à vizinha Ucrânia.

Elmano faz o dever de casa
Deve ser vista com boa expectativa a restruturação que o governo Elmano de Freitas (PT) pretende fazer na inteligência do Estado.

Trata-se de iniciativa louvável ampliar e valorizar o setor mais estratégico de combate à criminalidade.

Nesse sentido, o petista faz o dever de casa, quando reúne as condições legais para isso.

Governo algum quer ir a público lamentar chacinas e demais episódios de extrema violência, como os que o Ceará vem assistindo.

Olhar o cenário somente pelo aspecto eleitoral não ajuda.

PT: encontro?
O inquieto Acrísio Sena, veterano petista, está propondo que seu partido em Fortaleza defina a candidatura a prefeito num encontro municipal – e não em prévias.

A diferença básica é o alcance do debate, que vai além dos votos que cada corrente depositaria em um dos cindo pré-candidatos.

Para Acrísio, a radicalização pode prejudicar o PT.

Por mais voos
O trade turístico nacional precisa enfrentar o gargalo do déficit de companhias aéreas – são apenas três operando no País.

Segundo o titular da pasta em Fortaleza, Alexandre Pereira, esse debate deve estar no centro do pensamento estratégico de crescimento.

Ele comemora os resultados, mas graças ao aumento do turista rodoviário.

Qual será o alcance de Capitão Wagner?

Wagner, Kamyla Cardoso e deputada Dayany Bittencourt / Divulgação

Essa é uma das perguntas mais difíceis desta campanha eleitoral – e uma das mais feitas nos bastidores.

Líder de pesquisas de intenção de voto, o pré-candidato Capitão Wagner (União Brasil) tem muito recall na Cidade, ganhou experiência em disputas e vem atuando fortemente na periferia.

Das grandes postulações, é o único que não contará com apoio de máquinas político-administrativas – o que pode ser bom ou ruim.

Por outro lado, tem muita aderência no meio evangélico.

Estas e outras variáveis podem se aglutinar para dar sustentação – ou não – a um voo consistente ao ex-deputado federal.

Disso dependerá muitos desfechos. Entre eles, quem chegará a um possível segundo turno. A ver.

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