Colunista

Erivaldo Carvalho: PDT e PMF: partido precisa ir muito além da reciprocidade com PT na CMFor

Prefeito Sarto entra na segunda fase da gestão / Marcos Moura/Divulgação

Com altos e baixos e, às vezes, por vias tortas, PDT e PT no Estado admitem, mutuamente, uma reaproximação, depois do retumbante rompimento deste ano. Em termos práticos, pedetistas passariam a compor a base do futuro governador Elmano Freitas (PT) na Assembleia Legislativa.

Os acertos, claro, estenderiam-se pela bancada federal e – essa é a parte mais relevante dessa história -, por uma espécie de reciprocidade para com as prefeituras municipais do PDT no Ceará. Inclusive e, principalmente, a da Capital do Estado.
Administrada pelo prefeito José Sarto (PDT), Fortaleza é o principal território político do Ceará, depois do próprio Estado. O pedetista já verbalizou que um rearranjo entre as duas forças políticas teria de passar pela Câmara Municipal de Fortaleza, onde o PT faz oposição.
É uma condição justa. Particularmente, no período que se inicia, em que a sucessão do atual prefeito começará a ganhar os primeiros contornos.

Mas isso não é tudo – passa longe disso. Parceria política implica em alinhamento entre gestões. No bom português, recursos financeiros, para bancar projetos relevantes. Há uma percepção geral na Cidade de que a gestão Sarto precisa de um banho de loja. A reaproximação PT-PDT pode ajudar a viabilizar isso.

Se der errado, não será por falta de recentes exemplos

O mais famoso drible da vaca / Reprodução da Internet

Alinhamento político e parceria entre gestões facilita muito a imagem de quem precisa ganhar visibilidade, tendo em vista o processo eleitoral de 2024, que começa a pintar no horizonte. Mas, a história está cheia de exemplos em que dois grupos caminham juntos até o limite das circunstâncias. Na hora “H”, um deles pula fora e – aproveitando que estamos em clima de Copa do Mundo -, resolve dar o drible da vaca. Isso aconteceu em 2006 e agora, em 2022.

Plano B pode virar plano A
Prazos e valores da PEC da Transição – ou do Estouro, em Brasília, travam os entendimentos para a criação de um mecanismo para o próximo governo do PT ter salvo conduto para fazer gastos sociais fora do teto fiscal. A ideia de uma medida provisória, a partir de janeiro de 2023, foi ressuscitada. Nesse caso, o remendo não passaria pelo Congresso – resistente à PEC do jeito que está. A estratégia também desviaria da necessidade de o Planalto submeter-se a parlamentares, ávidos para ficarem no crédito. Literalmente.

Oposição
A base governista na Assembleia Legislativa do Ceará não tomou conhecimento da oposição, ao aprovar, com 28 votos a favor e nenhum contra, as contas do governador Camilo Santana (PT) de 2021. Desorganizada, desarticulada e pouco aplicada, os opositores mostraram como uma bancada do tipo não devem atuar.

Memorial
A gestão de Andréa Coelho, presidente da Associação das Defensoras e dos Defensores Públicos do Estado do Ceará (Adpec), inaugura, nesta sexta-feira (25), o Memorial “Adpec, Nossa História”. É o primeiro do tipo entre estas entidades de classe de todo o Brasil. O projeto homenageia todos os profissionais que fizeram parte dessa bela história.

Arthur Lira, o homem do jogo

Presidente foi o primeiro a reconhecer a vitória de Lula / Marina Ramos/ Câmara dos Deputados

Vejamos como é a política. O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), foi reeleito com menos de 220 mil votos. Luiz Inácio Lula da Silva (PT) obteve mais de 60 milhões de sufrágios. Entretanto, tudo caminha para o parlamentar alagoano seguir dando parte das cartas no jogo do poder em Brasília. Dono de um bilionário pedaço do Orçamento da União, o parlamentar controla uma bancada suprapartidária, atualmente estimada entre 350 e 400 dos 513 membros da Casa – está, praticamente, reeleito. Um símbolo desse poder está na foto acima, dando as bênçãos ao novo presidente. O camaleão Lira foi, inclusive, a primeira autoridade de proa do País a reconhecer a vitória do petista.

 

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