Colunista

Nas gestões, privadas ou públicas, é batata: o perfil do chefe dá a cara, tom e ritmo do que acontece ou deixa de acontecer. Com essa premissa, este colunista jogou a rede nos bastidores e entorno do próximo governador, Elmano Freitas (PT). Na média das impressões e expectativas arrastadas das fontes, pode-se esperar uma administração estadual com metas claras e objetivos bem definidos.

“O Elmano é um cara encaminhativo; ele vai cobrar”, afirma um petista raiz, como mostram a informalidade com que se refere ao futuro chefe do Executivo e o neologismo para definir a dinâmica de trabalho do companheiro de partido. A opinião é semelhante à colhida no ambiente da Assembleia Legislativa, onde Elmano está concluindo o segundo mandato de deputado estadual.

De poucas palavras no ambiente privado de atuação, segundo relata outro observador, “o petista deverá manter o pique do atual governo e alta expectativa na entrega de resultados”. Do interlocutor: “Ele cobra com o olhar”.

Por que essas e outras percepções são importantes? Simples. Com uma pegada ideológica, o próximo governo terá de equilibrar essa pecha com o pragmatismo exigido pela condução de uma máquina pública – como a cearense -, com as complexidades e desafios que tem pela frente.

Os contras e prós de um governo de continuidade

Por óbvio, é muito mais fácil, politicamente, tocar um governo de continuidade. É isso o que justifica, inclusive, o esforço do grupo político que está no poder em fazer o sucessor. Em tese, é para haver clima de cordialidade na transição e baixo custo de aprendizagem. Muitos fatores conspiram a favor. Mas nem tudo são flores. Comparações – algumas, injustas -, são inevitáveis. O desfio de construção de uma marca própria, idem.

O 1º teste de hegemonia petista
É cada vez mais explícita a guerra surda que vai se armando na frente ampla que levou Luiz Inácio Lula da Silva (PT) de volta ao Palácio do Planalto. Os cardeais petistas querem nada menos do que as seis maiores pastas do próximo governo: Fazenda, Casa Civil, Articulação Política, Desenvolvimento Social, Saúde e Educação. Dos ministérios, quatro estariam na cota pessoal de Lula: Articulação Política, Fazenda e Casa Civil, mais Justiça. Isso porque, no discurso, o novo ciclo de poder não será somente do PT. E se fosse, hein?

Suplentes
Enquanto isso, no Ceará, seguem as tratativas, para que a formação do secretariado de Elmano Freitas (PT) passe pela Assembleia Legislativa. Lá, há bons quadros. Mas, a pauta real é fazer a fila de suplente andar. Em tempo: estamos em plena primeira quinzena de dezembro, período definido pelo futuro governador para começar as nomeações.

Diplomação
Deverá ser no próximo dia 12 – e não mais na data-limite, 19 -, a cerimônia de diplomação do futuro presidente Lula, em Brasília. O ato é o último de responsabilidade direta da Justiça Eleitoral. Depois disso, eventuais contestações de resultado ficam mais distantes. A legislação prevê conveniência e interesse público para tal mudança.

Paracuru de volta à agenda turística

Fruto de alinhamento político, Paracuru, no litoral Oeste do Estado, prepara-se para voltar à agenda de investimentos turísticos dos governos estadual e federal. A expectativa é do prefeito municipal, Wembley Gomes Costa (PDT), o Beim. Em conversa com a Coluna, o pedetista disse que esteve com Elmano Freitas (PT), a quem apoiou para governador, assim como Camilo Santana para o Senado e Lula para presidente. “Estamos confiantes de que Paracuru será reposicionado no desenvolvimento turístico”, declarou o gestor. Potenciais não faltam ao acolhedor e familiar destino, com seus 22 km de praia, lençóis, rios e mangues. PS: no último dia 30, a Enseada Turismo inaugurou passeio para o paradisíaco local.