Colunista

Erivaldo Carvalho: Gestão, articulação política e comunicação

Os candidatos Wagner, Roberto e Elmano / Reprodução

O tripé acima é da lavra de Leurinbergue Lima, um dos mais experimentados estrategistas e consultores políticos do Ceará. Nesta imprevisível corrida ao Palácio da Abolição, poucos aspectos são mais atuais e relevantes. Sobretudo, por se tratar de uma espécie de (re)início de ciclo político, quando tais variáveis ficam mais explícitas.

A melhor tradução de gestão é entrega de resultados. Vejamos os três principais candidatos ao Governo do Estado. Na média geral, Capitão Wagner (União Brasil) Roberto Cláudio (PDT) e Elmano Freitas (PT) querem se passar como capacitados para tal. Ex-prefeito de Fortaleza, Roberto exibe tais credenciais. Wagner diz estar preparado para sê-lo. Elmano, idem.

Articulação política – ou a falta dela -, é, exatamente, o que está no noticiário. Grupos dominantes que rompem, opositores que crescem, brigas internas que definem os rumos de partidos, brigas por controle de legendas, viradas de apoiadores etc. A lista é longa.

Já a comunicação é auto explicativa. Sem mensagens, canais, público, tom, ritmo, volume e intensidade adequados, não há gestão nem articulação política que resista. É mais ou menos por aí que a campanha eleitoral cearense vai acontecer. A rigor, a comunicação vai deixar isso muito claro – para o bem ou para o mal.

Quando a retórica substitui propostas concretas

Candidato: de onde virão os recursos? / Marcello Casal jr. /Agência Brasil

Gestão, articulação e comunicação estarão sempre por aqui. Focando no primeiro ponto, desconfie de candidatos que sempre transformam em enfadonhos discursos o que deveriam ser propostas. Geralmente, como recurso retórico, ficam no blá blá blá, simplesmente porque não têm o que dizer. Isso vale para qualquer candidato. Não estudou, não elaborou nem sabe quanto custa. Via de regra, usam a imagem pública de apoiadores como muletas.

Quanto vale uma fake news?
O governo Bolsonaro gastou muito tempo e esforço político para legalizar o derrame de dinheiro, em época eleitoral. A ideia seria recuperar parte do eleitorado, que abandonou o presidente. Segundo as últimas pesquisas, o efeito PEC dos Benefícios ainda não veio. Nos últimos dias, entretanto, o ex-presidente Lula perdeu o sono com uma fake news que, viralizada, disse que o petista fecharia templos evangélicos, caso eleito. Sem entrar nos méritos, a desinformação valeu mais do que alguns bilhões de reais.

Sávio e Domingos
Uma das táticas mais usadas em eleição para deputado é a chamada dobradinha – quando um candidato a estadual cola num a federal e vice-versa. Via de regra, isso reduz custos e amplia o potencial de votos. É o que está acontecendo entre Sávio Pontes e Domingos Neto (ambos do PSD). Recente pesquisa na região Norte reforça que a parceria vai longe.

Bossa pergunta
”Você está bem na fita? E no vídeo, na foto, no rádio e na internet?” A boa provocação, dirigida a candidatos, é da Bossa Comunicação, do jornalista e assessor Sérgio Yves. “Não se trabalha comunicação de qualquer jeito. Para funcionar, de fato, ela precisa ser bem feita, por profissionais adequados e preparados”, diz ele. #ficaadica

A estratégia de Heitor Freire

Deputado do União Brasil pulveriza verbas / Pablo Valadares/Câmara dos Deputados

O deputado federal Heitor Freire (União Brasil) declara que destinou emendas parlamentares para mais de 140 dos 184 municípios cearenses. A estratégia difere da maioria dos parlamentares do Estado, que prefere concentrar os recursos em poucas cidades. Segundo ele, a distribuição pulverizada de verbas federais acontece de forma indistinta, em relação a aliados e opositores. Em regra, o dinheiro apoia pequenos projetos locais e comunitários. A fórmula de Freire é polêmica. Há quem diga que funciona, politicamente, e quem duvida da tática eleitoral. O resultado do processo eleitoral de 2022 vai dizer se o deputado do União Brasil fez a coisa certa – ou não.

 

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