Colunista

Bolsonaro terá, até aqui, seu maior teste de liderança – por Erivaldo Carvalho

Ex-presidente está sob intensa pressão / Tânia Rêgo/Agência Brasil

A semana política começa sob a expectativa de mais desdobramentos da operação Tempus Veritatis, da Polícia Federal/Supremo Tribunal Federal, que cada vez mais encurrala o núcleo duro do bolsonarismo.

Sem entrar no mérito das suspeitas golpistas que pairam sobre importantes personagens políticos, militares e empresariais – inclusive, do Ceará -, o ex-presidente e seu entorno está sob intensa pressão.

Ano eleitoral, 2024 foi visto, lá atrás, como um largo corredor, por onde passaria grande parte dos apoiadores da centro-direita de 2022, rumo a centenas de prefeituras Brasil afora.

Parece que não será bem assim. O líder maior, já inelegível, está – num cenário catastrófico -, na iminência de ser preso. Lembremos que esse sempre foi um ponto de vantagem de Bolsonaro sobre o hoje presidente Lula.

Com aguçado instinto de sobrevivência, bolsonaristas mais convenientes do que convictos já medem distância para Jair Bolsonaro. Uma boa amostra será apresentada no próximo domingo (25), na Avenida Paulista.

Palco dos maiores arroubos e ataques do então inquilino do Palácio do Planalto às instituições, o lugar poderá testemunhar o tamanho do derretimento – ou resiliência -, do líder de direita. Até aqui, o ato político, convocado pelo próprio, será seu maior teste de fogo.

Crise de ex-presidente mexerá com Fortaleza-2024

André tem pedigree bolsonarista / Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados

Perdurando ou se agravando, o caso Bolsonaro tem potencial de adentrar a disputa pela Prefeitura de Fortaleza.

A centro-esquerda, representada pelo PT, terá um bom argumento de campanha – uma espécie de revanche; nomes da centro-direita, a exemplo dos pré-candidatos André Fernandes (PL) e Eduardo Girão (Novo) terão muita dificuldade para levantar voo.

Os demais, prefeito José Sarto (PDT) e Capitão Wagner (UB), vão querer distância.

O estilo certeiro de José Sarto
De merecidas férias, o prefeito de Fortaleza e pré-candidato à reeleição, José Sarto (PDT), acerta ao dissipar abordagens mais incisivas sobre a postulação dele a mais quatro anos de mandato.

Experiente, ele sabe que declarações fortes, nesse momento, servirão tão somente para atrair os olhos famintos da oposição.

No último e decisivo ano de gestão, o pedetista precisa focar em resultados, que deverão elevar a aprovação da gestão municipal, assim como sua performance eleitoral.

Algo diferente disso é dar carne a gato.

PT em ebulição
Os bastidores do PT começam a borbulhar, à medida em que se afunila o processo de definição da candidatura a prefeito de Fortaleza.

Muitos já estão de prancheta na mão, fazendo contas sobre os votos, para possíveis prévias.

Também há queixas. Uma delas partiu do deputado federal e agora apoiador de Evandro Leitão (PT), José Airton.

Fala, Zé Airton!
“Sou fundador do PT, fui prefeito de Icapuí, vereador de Fortaleza, candidato a governador duas vezes (1998 e 2002) etc”, afirmou o deputado federal à coluna.

Prossegue: “No entanto, fui preterido, em 2006, para ser candidato a governador, no momento mais favorável, quando Lula era presidente e Luizianne Lins era prefeita de Fortaleza, para Cid Gomes, que nem do PT era”, completou o petista.

Litígio: Ceará apresenta pesquisa

Área em disputa abrange parte da Serra da Ibiapaba / Tatiana Forte / Governo do Ceará/Divulgação

E segue o litígio Ceará-Piauí, na Zona Norte. No capítulo da vez, serão apresentados, nesta terça-feira (20), resultados de pesquisa com moradores da área em disputa e mapeamento de equipamentos públicos cearenses na região.

O levantamento foi realizado pelo Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará (Ipece), vinculado à Secretaria de Planejamento e Gestão (Seplag), e pelo Comitê de Estudos de Limites e Divisas Territoriais do Ceará (Celditec), da Alece.

A briga afeta 13 municípios do Ceará, na Serra da Ibiapaba – território de enorme potencial agroindustrial e turístico.

O rico polígono é reivindicado pelo Piauí, com base em suposta reposição da linha imaginária que separa as duas unidades da federação.

Um processo, envolvendo a longa polêmica, tramita no STF, sob a relatoria da ministra Cármen Lúcia.

 

 

 

2 respostas para “Bolsonaro terá, até aqui, seu maior teste de liderança – por Erivaldo Carvalho”

  1. Caro Erivaldo, gosto de ler seus comentários, porque eles aguçam o meu senso de cidadania e democracia plena, não, a relativizada, conforme as circunstâncias e/ou interesses ideológicos.

    Acredito que você percebe que a direita brasileira, de hoje, tem maturidade política, enxerga as armadilhas, comunica-se muito bem, sabe arregimentar pacificamente (não me diga que a direita depredou o patrimônio público no 8JAN!). E o mais importante: com ou sem Bolsonaro ela (direita) é e será grande! Todos sabemos, e você sabe, que a cereja do bolo é o Bolsonaro. Como se, sem ele, seus apoiadores, simpatizantes, seguidores e políticos desistissem dessa consciência. Não, meu caro Erivaldo, a suposta prisão do Bolsonaro não será o seu derretimento (ele já é inelegível!); servirá de fortalecimento dessa consciência.

    Grato pela oportunidade; um forte abraço.

  2. Ah! Gostaria que você comentasse acerca da relevância, diplomática e humanitária, da fala do Lula, em comparar o ataque de Israel ao Hamas, com o Holocausto.

Deixe uma resposta

Compartilhe

VEJA OUTRAS NOTÍCIAS