Questionar resultados de gestões faz parte do processo político. É um dos mais óbvios – mesmo assim, legítimos -, motes para se tentar antecipar o debate e tirar proveito eleitoral.
Registre-se, também, que, em tese, o principal beneficiário da crítica é o próprio autor, quando este é um personagem da disputa.
Em tese. Não parece ser o caso do pré-candidato Capitão Wagner (União Brasil), quando ataca a gestão do prefeito José Sarto (PDT).
Em vias de tentar, pela terceira vez, chegar à Prefeitura de Fortaleza, o ex-deputado federal vem mirando a gestão pedetista.
As investidas têm acontecido como recheio dos encontros que o hoje secretário da Saúde de Maracanaú realiza em regiões de Fortaleza.
Leitores da coluna levantam a boa tese de que as críticas de Wagner podem beneficiar muito mais o grupo político ligado ao Governo do Estado – cujo nome ainda é uma incógnita.
Um observador, em específico, lembra que o pré-candidato do UB faz parte de uma gestão cujo líder maior, o prefeito de Maracanaú Roberto Pessoa, mantém relação, no mínimo, amistosa, com o Palácio da Abolição.
Wagner deve, então, parar de criticar Sarto? Claro que não. Só deve pesar e medir o benefício a seus potenciais adversários.
O risco de chegar em 3º lugar no final do primeiro turno
Na cotação do dia, três grupos têm chances reais de estarem em um eventual 2º turno para a Prefeitura de Fortaleza:
O encabeçado por Wagner, o que está na gestão municipal e o que orbita o Abolição.
Quando Wagner critica a gestão Sarto, ele faz algumas apostas.
Uma delas é entender que o grupo de Sarto tem potencial para chegar ao segundo round contra os palacianos.
Está, portanto, tentando não ser o 3º lugar no final do 1º turno.
Vem aí um novo Moroni Torgan?
Referência na segurança pública, ele foi deputado federal e liderou algumas vezes as intenções de voto para a Prefeitura de Fortaleza.
As semelhanças entre Capitão Wagner e Moroni Torgan não param por aí.
Em 2016, para combater o próprio policial militar da reserva, o então candidato à reeleição, Roberto Cláudio, chamou Moroni para vice. Deu certo.
O atual pré-candidato do União Brasil tem hoje mais força eleitoral do que Moroni, nas vezes em que tentou chegar ao Paço.
De qualquer forma, Wagner de vice é uma boa especulação.
Direita dividida
São cada vez mais fortes os movimentos do PL de Fortaleza para seguir carreira solo na disputa pela Prefeitura de Fortaleza.
A cabeça de chapa está entre os deputados Carmelo Neto (estadual) e André Fernandes (federal).
A retirada de apoio a Wagner é sinal ruim para o pré-candidato do União Brasil – embora sejam mínimas as chances dos liberais.
Dois problemas
O PL de Fortaleza planeja lançar candidato a prefeito, mas precisa, antes, superar pelo menos dois problemas.
O principal deles é a relação com a própria gestão do prefeito José Sarto (PDT), da qual participa.
A segunda é resolver a acusação de fraude na cota de gênero em 2022, que por ora está cassando a bancada de parlamentares do partido.
Sobre piso de candidaturas governistas
A rigor, não existe um índice mínimo a partir do qual um candidato da gestão começa uma disputa eleitoral.
Em Fortaleza, por exemplo, já houve casos em que o nome governista não conseguiu levantar voo e chegou em quinto lugar.
Noutros contextos, o concorrente liderou de ponta a ponta e foi eleito.
O que existe – e isso é uma conhecida lição dos consultores -, é a chance de, com uma eficiente comunicação institucional, a campanha eleitoral receber a imagem da administração com viés de alta.
Em geral, isso puxa para cima as intenções de voto.
É mais ou menos no que aposta a gestão José Sarto (PDT).
Tanto que está com um ambicioso cronograma de obras em toda a Cidade.
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