Senador diz que Bolsonaro desrespeita Lei das Estatais e age com interesses políticos
Aflaudísio Dantas
aflaudisio@ootimista.com.br
O senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) encaminhou carta para os conselheiros da Petrobras externando sua preocupação com a intervenção no comando da estatal, promovida pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido).
O parlamentar diz na carta que acredita que a mudança não tem a ver com eficiência, mas com subserviência aos interesses político de Bolsonaro. “O processo de substituição, pelo que se está sendo noticiado, tampouco parece considerar as exigências legais para o acesso ao cargo de membro, na condição de presidente, da diretoria”, complementa.
Tasso critica ainda o desrespeito à Lei das Estatais, instrumento criado com o intuito de regular mudanças nas empresas e blindá-las contra interferências indevidas.
“Nesse momento em que o Brasil necessita de sociedades de economia mista e empresas públicas geridas dentro dos mais altos padrões, prática fundamental para sustentarmos o incipiente processo de recuperação da atividade econômica e do bem-estar social, estou seguro que a Petrobrás S.A. fará o devido uso da Lei de Responsabilidade das Estatais para continuar garantindo o atendimento do interesse coletivo em se fundamentou sua instituição”, finaliza.
A carta também foi enviada para a Comissão de Valores Mobiliários (CVM). A comissão, inclusive, estuda abrir investigação sobre a forma como a mudança no comando da estatal foi feita ao público, através das redes sociais do presidente da República.
Prejuízo
Desde que a mudança no comando da Petrobras foi divulgada por Bolsonaro, a estatal já perdeu cerca de R$ 100 bilhões em valor de mercado. Somente nas primeiras 24 horas após o anúncio, a perda foi de R$ 28 bilhões.
Bolsonaro divulgou na última sexta-feira (19) que colocará o general Joaquim Luna e Silva para o lugar do atual presidente, Roberto Castello Branco. A expectativa de acionistas e do mercado em geral era de Castello Branco fosse reconduzido para cumprir mais dois anos de mandato no comando da estatal. A mudança pretendida pelo presidente precisa ser aprovada pelo conselho de administração da companhia.
A fúria de Bolsonaro com Castello Branco é por causa dos sucessivos reajustes nos preços dos combustíveis em 2021. A gota d’água foi a revolta dos caminhoneiros com os preços praticados. Eles chegaram a organizar um movimento de greve, mas sem sucesso. O auge da crise foi quando Castello Branco disse à imprensa que a insatisfação dos caminheiros não era problema da Petrobras.
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