Política

Falta uma pauta à oposição

Em circunstâncias normais de temperatura e pressão, a política funciona mais ou menos assim: quem ganha a eleição governa. O vitorioso monta uma equipe e, tendo a seu dispor o orçamento, começa a elaborar projetos para obras, programas e ações. Não havendo nenhuma bomba moral, terremoto político, crise econômica ou algo semelhante que lhe tire o foco, quase tudo tende a fluir. Daí, só precisa de uma boa dose de engenharia política, para articular vitórias no parlamento e exaltar os próprios feitos, para o que é montada uma gigantesca máquina de comunicação e propaganda. Pronto. Na média, essa é a lógica de governos, em qualquer lugar ou tempo.

Enquanto isso, a oposição tenta furar os bloqueios, ora buscando eventuais erros do governo, a partir de onde poderá ter visibilidade pública, ora falando aos aflitos ou insatisfeitos com os rumos da gestão e questão. A questão é que quase todos os oposicionistas avaliam que ser oposição é somente o já manjado jogo de teto de vidro e estilingue. Criticar, cobrar e denunciar são papéis da oposição. Mas precisa de muito mais. Ir além. Sem debates claros de bandeiras e, principalmente, propostas concretas que se contraponham ao que está em curso nos governos, a oposição pode até se mexer, durante quatro longos anos, mas não vai sair do lugar. Vai seguir na oposição.

Socorro social e a parceria do ganha-ganha
O prefeito José Sarto (PDT) colocou debaixo do braço a pasta de iniciativas de socorro socioeconômico, tendo em vista os impactos da pandemia na Capital, e começou a bater nas portas de gabinetes da bancada do Ceará em Brasília. Ele leva consigo dois pontos muito claros: 1) a Prefeitura de Fortaleza está fazendo sua parte na área. 2) O que está sendo feito é insuficiente. Falta dinheiro. Do outro lado da mesa, 22 deputados federais e três senadores terão argumentos para aderir ou não à causa. Dica: vem aí um ano de eleição. Todos precisam entrar na parceria do ganha-ganha.

Sem emenda, sem voto
Aqui já foi dito que muitos deputados federais estão às voltas, sem saber o que fazer para cumprir tantas promessas feitas a prefeitos, ao longo dos últimos anos. Isso, antes de vir ao grande público a polêmica – para dizer pouco – das emendas de relator. Pois bem. Depois do estouro do chamado orçamento secreto, muitos terão de refazer os cálculos sobre os votos prometidos por prefeitos.

A lição que vem da Ibiapaba
H A bucólica Guaraciaba do Norte, na Serra da Ibiapaba, atravessa uma das melhores fases dos últimos anos, em termos administrativos. Depois de despontar como o primeiro município nordestino a universalizar água encanada, recebe outra boa notícia: implantação do sistema de videomonitoramento e equipe do Raio, da Polícia Militar. Isso não é por acaso. Chama-se trabalho.

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