Política

Cidadania busca fugir da cláusula de barreira

PC Norões
pcnoroes@ootimista.com.br

O secretário de Turismo de Fortaleza Alexandre Pereira é o principal artífice da possível união entre o Cidadania, que ele preside no Ceará, e o PDT em uma federação. Foi ele que fez as articulações para convencer os pedetistas de que a união pode ser benéfica para os dois partidos, inclusive para a candidatura presidencial de Ciro Gomes. Até pelo histórico comum entre as legendas, ambas de perfil de centro-esquerda. Vale lembrar que nas duas primeiras vezes que disputou a presidência, em 1998 e 2002, Ciro era filiado ao PPS a antiga identidade do Cidadania. Em nota oficial divulgada na noite da última terça-feira, 1º, o PDT formalizou a intenção de se unir ao Cidadania.

Mas, como esta legenda vinha negociando se unir em federação com o Podemos de Sérgio Moro e o PSDB de João Dória, cabe a Alexandre Pereira agora, conseguir maioria no diretório nacional do seu partido. Sem parceiros, o Cidadania corre o risco de não cumprir a cláusula de barreira que vai praticamente inviabilizar a sobrevivência das legendas que não alcançarem um mínimo de 11 deputados federais distribuídos por pelo menos nove estados nas eleições de outubro próximo. Outros partidos estão na mesma situação. PCdoB e PSB, por exemplo, negociam uma federação comandada pelo PT.

Altos e baixos
Em 1988, políticos descontentes com os rumos do PMDB deixaram o partido e fundaram o PSDB. Já em 1989 os tucanos lançaram a candidatura de Mário Covas, que ficou em 4º lugar na primeira eleição direta para presidente após a ditadura, atrás apenas de Fernando Collor, o eleito, Lula e Leonel Brizola. Na década seguinte os tucanos se multiplicaram e chegaram ao Planalto com FHC. O reinado durou oito anos e, a partir daí, o PSDB passou à condição de principal partido de oposição ao PT, até ser atingido mortalmente pela Lava Jato, que desnudou os desmandos de tucanos de alta plumagem.

Re-união
Relegado ao papel de coadjuvante, o PSDB luta para voltar a ter alguma relevância na política nacional. Para tanto, precisa de musculatura no Congresso. A saída pode estar numa federação. E sabe com quem os tucanos estão negociando? Com o velho MDB, de onde saíram há pouco mais de três décadas. Juntos, as duas legendas podem fazer uma boa bancada. As tratativas estão sendo conduzidas pelos presidentes Bruno Araújo (PSDB) e Baleia Rossi (MDB). Como os dois partidos têm pré-candidatos à presidência, Simone Tebet pelo MDB e João Doria pelo PSDB, a união tiraria um deles do páreo.

De prontidão
Provável governadora a partir de abril, em função da anunciada renúncia de Camilo Santana para disputar o Senado, Izolda Cela mantém a discrição que tem pautado seu comportamento na política. Na abertura da nova legislatura da Assembleia, na manhã desta quarta-feira, 02, a vice-governadora foi bastante cumprimentada e solicitada para inúmeras entrevistas. Em nenhum momento mostrou deslumbramento. Ao contrário, reafirmou o compromisso com o projeto do grupo político do qual faz parte e prometeu dar sequência às ações de Camilo. Sobre uma possível candidatura dela à reeleição, nenhuma palavra.

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