Política

A vitória de Erinaldo

Um total de 7.226 advogados inscritos na OAB-CE disse “sim” a mais três anos de gestão liderada por Erinaldo Dantas. Sávio Aguiar teve 5.417 votos; Daniel Aragão, 945. Foram 284 em branco e 369 nulos. Em torno de 14,3 mil profissionais compareceram às urnas, de um universo apto com cerca de 20 mil votantes – regulares adimplentes. Os números acima poderiam tornar inevitável a discussão sobre a representatividade do presidente reeleito diante do tamanho da categoria, a força da oposição e a expressiva abstenção. Poderiam. Isso é o de menos. Política não é feita de números, e sim de pessoas, com suas perspectivas pessoais, sociais e profissionais.

Dito isso, é justo considerar a eloquência dos 6.362 advogados que disseram “não” à reeleição de Erinaldo. Como registrado aqui, na última quarta-feira (17), as representações institucionais sofrem um abalo geral. As classistas idem. A OAB não foge à regra. No primeiro discurso após o resultado, o presidente reeleito falou em “unir a classe”, dar mais atenção assistencial e interiorizar mais a instituição. Pode ser um ótimo recomeço e diz muito dos pontos levantados acima. Reeleição é faca de dois gumes. Tem as vantagens inerentes de disputar voto escanchado no cargo, mas traz consigo um dilema adicional: o reeleito tem de olhar, ao mesmo tempo, para o pára-brisa e retrovisor.

As prévias tucanas e o ninho de intrigas
Este final de semana teremos uma importante decisão no tabuleiro da disputa presidencial para o ano que vem. No domingo (21), o PSDB vai às urnas para decidir, internamente, quem será o representante do grupo na corrida pelo Palácio do Planalto. Estão no páreo os governadores Eduardo Leite (RS) e João Doria (SP), além do ex-prefeito de Manaus (AM) Arthur Virgílio Neto, que corre por fora. Até aí tudo bem. O problema é a rede de intrigas e desavenças políticas e pessoais em que se transformou o debate no ninho tucano, que deveria ser saudável e revitalizador.

Bolsonaro, Lula, Moro e Ciro
Depois de Lula e Bolsonaro, Ciro bate em Moro. Para o pedetista, o pré-presidenciável do Podemos foi “incompetente” na Lava Jato, o que teria garantido a impunidade do petista. O atual presidente e o ex têm motivos de sobra para atacar o ex-juiz. E Ciro? Simples. O objetivo é não descolar dos três. De preferência, entrando no bolo de onde poderá sair o próximo presidente da República.

Carta branca, confiança e histórico
Valdemar Costa Neto, dono do PL, obteve carta branca na reunião com dirigentes estaduais. Ele poderá fechar acordos, diretamente, com o presidente da República, nos imbróglios regionais. Ocorre que Bolsonaro não é de confiança. Vejamos o histórico com Luciano Bivar, Gustavo Bebiano, Luiz Henrique Mandetta, Major Olímpio, Sérgio Moro, General Santos Cruz…

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