Política

A um ano da eleição, Capitão Wagner aproveita fusão DEM-PSL para crescer

Pré-candidato declarado rumo ao Palácio da Abolição, deputado federal mais votado surge como principal desafio para o grupo que ocupa o poder no estado do Ceará desde as eleições de 2006. Nova sigla vai garantir mais tempo de TV e rádio

No ato do dia 07 de setembro, Wagner foi o personagem principal na Praça Portugal / Reprodução Facebook

Márcio Rodrigues
politica@ootimista.com.br

As eleições de 2022 estão marcadas para 02 de outubro. Pouco mais de um ano. Na prática, entretanto, a disputa está em andamento. Os bastidores estão “fervendo”. E, no Ceará, a oposição mostra cada vez mais força. O candidato da direita, Capitão Wagner Sousa, eleito deputado federal, pelo Pros, em 2018, como o mais votado do Ceará (303 mil votos), está de malas prontas para o PSL.
Wagner ganhou um presente nos últimos dias: o Democratas acaba de ratificar a fusão com o PSL. E Wagner já foi inclusive declarado presidente estadual do PSL, por Heitor Freire, fiel apoiador e colega de bancada.
Freire festejou a união: “Eu estou muito satisfeito com a fusão do PSL com o DEM. Ficaremos com a maior bancada na Câmara dos Deputados, o que vai garantir que a oposição no Ceará tenha robustez para brigar de igual pra igual com o grupo que domina o Estado, atualmente.”

Novo “gigante”
Essa fusão vai gerar o maior partido na Câmara dos Deputados, e isso trará vantagens a Wagner na luta para ser o próximo governador do Ceará. O cacife eleitoral pode ser ampliado, pois há uma tendência de a nova legenda receber adesões. Além disso, segundo Wagner, ele terá “o dobro do tempo de TV em relação à disputa pela Prefeitura de Fortaleza, no ano passado”. Mais tempo de TV e rádio, maior estrutura partidária e isso vai gerar “maior viabilidade para a vitória, na visão dos políticos cearenses”, ponderou Wagner Sousa.

Se alguém tinha dúvidas sobre sua candidatura, o fato de ele ter lançado a esposa para a Câmara dos Deputados, pode sepultar dúvidas quanto ao objetivo de lutar pelo governo estadual em 2022.

Wagner argumenta ainda, que mesmo quem não migrar para a nova sigla, poderá aderir à oposição, como já ocorre, por exemplo, em relação ao PTB e PSC que formaram um bloco, na Câmara dos Deputados, tendo o cearense como líder. Ele cita ainda acordos prévios com Avante, Pros e Podemos – do senador Eduardo Girão, aliado de primeira hora.

Ainda sem nome, a legenda gerada pela fusão DEM-PSL já é o maior partido de direita desde o período Fernando Henrique Cardoso. O tucano comandava o PSDB, mas seu principal aliado era o PFL, agremiação comandada pelo ex-governador da Bahia, Antônio Carlos Magalhães. E foi justamente o neto do “velho cacique” baiano, ACM Neto, quem comandou a reunião da executiva nacional do DEM de onde foi dado o aval para a fusão

PDT já se movimenta para escolher quem vai para a luta pelo Abolição
No Ceará, parece tão clara a “ebulição” do oposicionista de Wagner, que o lado governista, cuja característica principal era deixar definições para a última hora, mudou sua postura. Uma reunião ocorrida em Brejo Santo, dia 11 de setembro, um sábado, com a presença do governador Camilo Santana (PT), movimentou as bases do PDT, partido que deve “herdar” a hegemonia de Camilo – unanimidade em 2018, quando fez quase 80% dos votos válidos.

O encontro deu o tom da antecipação. Estavam quatro “pré-candidatos”: o ex-prefeito Roberto Claudio; o presidente da Assembleia, Evandro Leitão; a vice-governadora Izolda Cela; e o secretário de Planejamento do Ceará, Mauro Filho.

André Figueiredo, presidente estadual da legenda, revela que serão doze encontros como o realizado na região sul do Ceará, para aglutinar a base.

Camilo responde à oposição com ataques
A disputa pelo poder traz à tona a guerra entre Camilo Santana (PT) e a oposição, com pano de fundo a segurança pública.

“Sou a pessoa com sensibilidade e humildade de reconhecer quando erramos, quando preciso corrigir, avançar e melhorar. Mas essa oposição raivosa nós rebateremos sempre”, pontuou o governador.

Logo depois, o pré-candidato a substituir Camilo no Palácio da Abolição, ex-prefeito Roberto Claudio, publicou um texto em apoio ao governador em suas redes sociais: “Enquanto o Governador Camilo Santana, o Secretário Sandro Caron (Segurança Pública) e o Secretário Mauro Albuquerque (Administração Penitenciária) trabalham duro, com verdade e respeito à população cearense, outros apostam na mofada fórmula da demagogia, oportunismo eleitoreiro e politicagem barata! Nossa gente é sabia e distingue quem fala a verdade e trabalha sério!”

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