Panorama

Reforma política deve ser prioridade

Por PC Norões

O Aliança Pelo Brasil, o partido que o presidente Jair Bolsonaro tenta viabilizar para abrigar a ele próprio e seus seguidores, não é o único na fila para obter registro junto ao Tribunal Superior Eleitoral. Existem outras 73 legendas na expectativa de cumprirem os pré-requisitos exigidos pelo TSE, dentre eles conseguir 500 assinaturas de eleitores espalhados por todos os estados da Federação. Essa farra de partidos – já existem 32 atualmente funcionando no Brasil – é fácil de explicar. Comandar uma legenda significa acesso ao famigerado Fundo Eleitoral, bancado pelos nossos impostos e usado nem sempre de forma republicana. Quer ver diminuir esse número drasticamente? Basta determinar que cada um sobreviva unicamente da contribuição de seus filiados e simpatizantes.

Algo, óbvio, que não vai acontecer, já que a mudança teria que ser iniciativa exatamente dos beneficiados pelo atual sistema. De qualquer forma, há de se encontrar um meio termo. Fala-se muito nas reformas da Previdência e Tributária que, de fato, são extremamente necessárias. A reforma política, no entanto, não fica atrás. Faz-se necessário um novo formato de financiamento partidário, o fim do sistema cartorial que rege boa parte das elegendas, e fazer com que a política deixe de ser meio de vida para pessoas sem competência e qualificação moral parta exercê-la.

Vergonha Alheia
Na ânsia de tirar proveito político da festa do Flamengo campeão da Libertadores, o governador do Rio de Janeiro Wilson Witzel acabou protagonizando cena patética, que virou meme nas redes sociais. Ainda no gramado do Estádio Monumental de Lima, depois de cumprimentar o herói da conquista Gabriel Barbosa – autor dos gols da vitória sobre o Ríver Plate -, Witzel, de joelhos, se ofereceu para “engraxar” a chuteira do artilheiro, gesto bastante comum nas comemorações de gol no futebol, mas inusitado em se tratando de uma autoridade que nem tradição noesporte tem. O desdém de Gabigol refletiu o despropósito da cena. O governador bem poderia ter passado sem essa.

Desafio
Concluída a engorda da praia entre as avenidas Rui Barbosa e Desembargador Moreira, a Prefeitura de Fortaleza parte agora para a fase final da requalificação da Avenida Beira-Mar. Dinheiro em caixa, ouvindo a conversa, não será tão complicado concluir os trabalhos dentro do cronograma e entregar a nova Beira-Mar em meados de 2020. O desafio maior vem depois: disciplinar a ocupação do espaço público. Algo que vai demandar muita habilidade do prefeito Roberto Claudio. Acomodar o interesse de moradores, comerciantes, esportistas, turistas e ambulantes, sem deixar a Beira Mar voltar a ser a bagunça de antes não vai ser fácil. Um filme que nós já assistimos na última reforma, ainda na época de Juraci Magalhães, que terminou tendo que acomodar as velhas barracas que, no projeto, deveriam ter sido derrubadas. Detalhe: 2020 é ano eleitoral.

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