Opinião

Wilson Neto é um artista da sincronicidade – Aldonso Palácio

Wilson Neto é um artista da sincronicidade

Wilson Neto, sem título, 2023, monotipia e têmpera sobre papel, 50 x 50 cm

Talvez não seja algo deliberado, mas percebo que, de 2020 para cá, Wilson Neto tem voltado seu trabalho para um campo mais introspectivo, porém sempre com inventividade, como por exemplo a série originada a partir de um sonho em “Pintura de Brinquedo”; a série “Vermelho”, resultante do trauma, da perda e do luto; e a série “Macedônia”, uma leitura de viagem fantástica a um outro país. Seu trabalho sempre pareceu filho do improviso, da mistura de materiais e técnicas da labuta do atelier.  

Depois de uma conversa com Manoela Elias, teórica das religiões, chegamos a conclusão de que o trabalho de Wilson Neto tem pouco a ver com o improviso e o acaso. Pode-se dizer que ele é, de fato, um artista da sincronicidade – termo junguiano que sugere que, em vez de eventos aparentemente aleatórios, a realidade é governada por uma ordem invisível que conecta todas as coisas. Wilson não se concentra exclusivamente no plano lógico e consciente, ele mantém-se aberto às coincidências significativas que ocorrem em sua vida e à intuição e à inspiração espontâneas intrínsecas ao seu processo criativo. Confiante no fluxo da sincronicidade, ele se permite guiar em direções inesperadas. Nesse sentido, ele entrega ao universo suas pinturas-coincidências, que nascem como peças à espera de sua outra metade, à espera de uma mágica iminente onde tudo se encaixa no final. É através de uma certa espiritualidade, por vezes camuflada de acaso, que Wilson conecta sua arte com o outro e com o mundo. 

Arivânio Alves em SP

Junto com a Galeria Aura, o artista cearense de Quixelô, Arivânio Alves, expõe na SP Arte e, a partir do dia 6 de maio, abre exposição individual na Av. da Consolação, bairro de Pinheiros, em São Paulo. A curadoria é por conta de Galciani Neves. “Estou muito feliz com as ideias da curadoria para colocar o Arivânio Alves em novas escalas do sistema da arte”, fala o diretor da galeria, Nei Vargas.

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