Tive a oportunidade de conhecer a jovem artista eslovena Tilyen Mucik (nascida em 1995 em Ljubljana) durante sua passagem por Berlim para ocasião da abertura de sua exposição na cidade. Ela é um exemplo da novíssima geração que lança um olhar minucioso e poético sobre a botânica, um tema que evoca a urgência da preservação das espécies.
A série “Halófitas” de Tylen Mucik foi concebida quando ela passou um tempo na praia na Croácia. Em seus passeios, ela observou as pequenas plantas crescendo ao seu redor e notou, após um exame mais atento, que todas elas eram diferentes. Usando uma folha branca de papel, a artista colocou plantas únicas sobre ela, e assim documentou a variedade e elegância da flora inconspícua. Ela explica: “Eu me admiro mais uma vez com o milagre da evolução e beleza da mãe natureza, com as eternas batalhas pela sobrevivência e com a maravilhosa diversidade do mundo das plantas”. Em sua série “Shrubs”, ela tenta através da edição manual das fotografias trazer de volta sua naturalidade que foi perdida através do processo de fotografar. “Com o processo fotográfico eu roubei a natureza do seu estado natural; a foto não continha nada orgânico, tornou-se estéril e não mais selvagem. Eu precisava devolver o que havia tirado – comecei a acrescentar o natural ao meio fotográfico”. Tylen Mucik colore com pigmentos naturais que ela mesma produz ou borda com materiais obtidos da natureza, ou enterra o filme fotográfico na terra e deixa os elementos agirem por um tempo. Em seu trabalho, a artista preza pelo resgate de tecnologias fotográficas analógicas e o apreço pela fotografia como resultado de trabalho manual e árduo.
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