Opinião

Sentinela – Totonho Laprovitera

“O temor da morte é a sentinela da vida.” (Marquês de Maricá) 

Conforme Platão, “o tempo é a imagem móvel da eternidade imóvel”. Creio que o tempo não caminha em uma linha de única direção. Com arte, ele se esparge e nos oferece mil infinitos de significados e sentido à vida. Atemporal à mente, que sejamos simples na admirável arte de viver. 

Mas bora viajar no tempo? Bem,  a história é a seguinte e o arranca-rabo antigo que só. 

De ficção científica, em série contada lá pelos meados dos anos 1930, Flash Gordon e seus parceiros (Dr. Hans Zarkov e Dale Arden) inventaram um foguete e viajaram ao planeta Mongo, onde naufragaram. 

Habitado por diferentes culturas, algumas tecnologicamente avançadas, Mongo havia sido dominado pelo cruel tirano Ming, o Impiedoso. Aí, assim que chegaram, os três terrestres ficaram amigos do príncipe Barin, herdeiro legítimo do trono usurpado por Ming. 

Ming havia banido o príncipe e seus seguidores – incluindo a própria filha, Aura, noiva de Barin – para o reino florestal de Arboria. Flash, Dale e Zarkov juntaram-se à peleja de Barin para reaver o trono. 

Há quem diga que nessa história Flash Gordon representava os Estados Unidos e o Imperador Ming a China. 

Mudando de assunto, um dia desses eu ouvi da boca de um fuxiqueiro de plantão: – “Onde há fogo, há fumaça.” Completamente avesso a qualquer tipo de fuxico e intriga – detesto fofoca! – preferi tirar o boboca de tempo e mandei brasa sobre a fumaça.  

Pra espantar muriçocas, não tinha como a Espiral Sentinela! Era só pegar a bicha, colocar numa lata de doce usada, daquelas de goiabada ou marmelada – para servir de cinzeiro – e tacar fogo nela. Aí, ela acendia, parecia apagar, virava brasa e começava a fumaçar. Queimava à noite todinha, livrando a gente até do zumbido das desgraçadas! 

Interessante, era que ninguém reclamava de respirar a danada da fumaça esbranquiçada, que desenhava caracóis pelo escuro do quarto e entupia o nariz de qualquer vivente! 

Pois é, do passado ao futuro, fogo e fumaça é o que não falta em nosso presente. No mais, ouço Ivan Lins cantar: “Um copo de whisky do lado / Poeira, cinza e fumaça / E um pôster dela colado / Por trás da imunda vidraça…” 

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