Opinião

Sentido da Vida – Totonho Laprovitera

A Rigoberto Tavares.

“A vida é uma doença mortal, sexualmente transmitida.” (Jean Bartoli)

No excelente filme franco-canadense “Les invasions barbares” (As invasões bárbaras), de 2003, dirigido por Denys Arcand, à beira da morte, nos seus últimos momentos de vida, Rémy diz: “Eu me sinto tão despreparado para morrer, quanto no dia em que nasci”.

Toda vez que tenho notícia da partida de um artista para o universo da eternidade, eu reflito sobre a essência e a significação da vivência humana, e digo: – Vida, não me abandones, senão eu morro! Assim, se não eternizada, pelo menos, peço que a vida seja do tamanho para que a saudade possa me levar de volta aos momentos simples e felizes que vivi.

O sentido da vida estabelece um questionamento filosófico acerca do caminho da existência humana, definindo a relação entre o ser humano e seu mundo.

Existe um grande número de prováveis respostas para o sentido dela, muitas vezes relacionadas a convicções religiosas ou filosóficas.  Opiniões sobre o sentido da vida podem se distinguir de pessoa para pessoa, bem como variar no decorrer da história de cada ser humano. No entanto, de uma forma mais ampla, não existe consenso sobre tal.

Pois bem. Particularmente, há muito, eu faço uso da arte para contar a minha vida. Com ela, eu pego a memória do que já vivi e, em releitura, a revelo para a minha atualidade.

Às vezes, em revoada de livre-arbítrio, meus pássaros debandam do caderno da imaginação, onde surgem linhas em forma de trilhos de luz para correr a minha inspiração. Então, acho-me abrindo caixas e mergulhando voo na imaginação. É como se a vida estivesse nessas caixas que abro a cada dia, sem saber o que dentro delas existe. E quando as encontro vazias, penso no desenho do significado da vida, porque mais do que guardar elementos, elas me servem para conservar – pintar – sonhos.

Aí, envolto no pensamento de que nada é um conceito usado para descrever a ausência de qualquer coisa; e tudo é a totalidade ou universalidade das coisas que existem, eu cogito: Se na caixa nada tem, então, ela tudo tem! Afinal de contas, Deus tirou ou não o mundo do nada?!

Assim, ocorre o sopro da criação que me embala e me preenche de sentimentos, ideias e liberdade.

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