Opinião

Como todos os palcos culturais fechados devido à emergência sanitária, artistas e a indústria criativa que os cercam tendem a ser um dos primeiros públicos imediatamente afetados nesta crise, pelo anulamento do público ou pelo cancelamento de projetos. Como resposta, o Governo do Estado do Ceará, através da Secretaria da Cultura (Secult), publicará nesta sexta-feira (27/3), o Edital “Festival Cultura DendiCasa: Arte de Casa para o Mundo”, com investimento de R$ 1 milhão, e pretende contemplar 400 projetos. A inscrição pretende-se dinâmica e simplificada, pois a situação pede urgência. O dinheiro vem do Fundo Estadual da Cultura, mecanismo que desde 2006 direciona 2% do ICMS arrecadado de empresas optantes para projetos culturais no Ceará. 

Antes mesmo disso, a Secult já se adiantou tentando fazer um levantamento de conteúdos culturais gratuitos para serem acessados online. A iniciativa chama-se Ceará em Rede e os links estão disponíveis no portal da Secult-CE. 

Não é muita coisa, mas é algo a ser comemorado dentro do cenário atual, e mostra que o Governo do Estado se preocupa a sobrevivência do setor cultural. O artista plástico, curador e produtor cultural Júnior Pimenta comenta que a iniciativa é fundamental para garantir o sustento mínimo dos trabalhadores da cultura, principalmente os que dependem da bilheteria e que sofrem com a precarização das relações de trabalho, que é regra no setor.

Para ele, existem linguagens mais vulneráveis e o momento pede solidariedade da classe principalmente às linguagens mais vulneráveis, como circo e teatro. “Já vemos um grande movimento que parte dos próprios artistas de manter a produção circulando, promovendo shows, debates, conversas e apresentações na internet. Um dia desses assisti de casa um show ao vivo do Fernando Catatau”, acrescenta Júnior Pimenta. 

Nós, como público, ganharemos em breve a chance de conhecer de casa produções que talvez não veríamos em situações normais. 

Mais informações:

www.secult.ce.gov.br