Opinião

Por trás da máscara de Maíra Ortins – Aldonso Palácio

Maíra Ortins (1980) reflete há bastante tempo em sua obra sobre a reverberação social da condição do ser migrante, da sua constante perda e busca por raízes. Seja em Senador Pompeu, La Paz, Barcelona ou Belgrado, a artista infiltra-se em locais frequentados por estas populações. Sua fotografia performática (série “Judith: somos todos iguais perante a lei”) tem uma aura casual, mas é meticulosamente composta por camadas de interpretação onde ela, em sua transitória condição de estrangeira, usa uma máscara que representa uma transferência de uma cultura alheia – à artista e aos retratados. Por um lado paira uma sensação de normalidade, acompanhado ao mesmo tempo pelo sentimento de não pertencimento. O forasteiro é fadado à constante desconfiança, a viver à margem da sua própria identidade e àquela que o cerca. Em épocas que novos muros estão sendo levantados e as crises migratórias levam governos a acusar a globalização de modelo fracassado, faz-se necessário exercitar a alteridade e enxergar a situação para além das nossas próprias limitações territoriais. 

Após nove anos sem expor em solo fortalezense, Maíra Ortins está apresentando a sua mostra individual KHÔRA, que está na reta final no Sobrado Dr. José Lourenço. Até 22 de fevereiro, vá e veja com seus próprios olhos!

Serviço:

Exposição “Khôra”, de Maíra Ortins

Sobrado Dr. José Lourenço – Rua Major Facundo – Centro, Fortaleza – CE.

Visitação de terça a sexta, de 9h às 17h; sábado de 9h às 14h

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