Opinião

Peixes – Totonho Laprovitera

Baleia, Piaba, Traíra, Tubarão, Tuninha… Você sabe qual a razão de tanto cachorro ter nome de peixe no interior?

Pois bem. Segundo meu amigo Barreirinha, como o primeiro sinal de cães com raiva (hidrofobia) é a aversão à água, no sertão botam nomes de peixe neles para que nunca tenham medo dela. Pelo menos é o que está no livro ‘Violeiros do Norte’, do multifacetado Leonardo Mota (1891-1948), o Leota.

Falando em peixe, o Cangati (Trachycorystes galeatus) é um de água doce da família dos bagres. Curiosamente, ele faz parte dos dez por cento das espécies písceas que trocam de sexo uma vez na vida, virando macho ou fêmea, em semanas. Isso acontece quando a proporção entre os dois sexos se desequilibra, aí, para se salvar, a espécie encontra esse jeito de se reproduzir.

Sobre o mote, conversando com um grupo de ictiólogos, um deles me contou um experimento com uma coleção de cangatis, onde só tinha macho em uma semana e na outra, entre eles, apareceu uma fêmea. “Interessante, o que virou fêmea foi justamente o macho maior e mais bonito”, comentou. E continuou: – “Por isso, meus amigos é que eu quero continuar sendo é feio, mesmo!”

Agora, o cangati é fichinha diante do Serranus tortugarum. Nativo do Panamá, esse é capaz de mudar de sexo até vinte vezes em um só dia! Pensando bem, taí um tema inspirador para novela das oito!

Já Melque contou que estava em um bar quando o gaiato Rômulo, useiro e vezeiro na arte de inventar lorotas, perguntou a um velho tido como mentiroso: – “O senhor que é pescador, conhece um peixe chamado jupirana?”

O velho, coçando o gogó, respondeu:

A partir de então, formou-se a confusão, foi um deus-nos-acuda e o velho quase tendo um troço, ultimou: – “Diabo é o pescador que bebe aqui!”

Essa é a velha mania do povo achar toda conversa de pescador é mentirosa.

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