Luzia Homem, personagem do livro escrito por Domingos Olímpio com o mesmo nome, encarna uma realidade mítica de uma mulher que existiu mesmo. Ela carregava uma parede nas costas para fazer a cadeia pública no meio de dezenas de homens…Vítima de violência sexual, matou seu agressor nas matas da serra da Meruoca, para onde havia fugido, com o seu apaixonado Alexandre.
Enquanto viajo de São Paulo para o nosso Ceará, lembro-me dessa narrativa que se realiza no século 19, durante uma seca terrível.
Hoje, podemos perceber que não era uma parede de tijolos feitos de barro que a Luzia Homem carregava nos ombros. Mas já era o preconceito, a visão de mundo do papel menor da mulher, que se impunha na sociedade machista e patriarcal, presente até hoje.
Na política, então, vixe Maria!!
Daí vem o meu apreço, há tempos, com a ação política de mulheres como Luizianne Lins.
Ela vai quebrando os tijolos que “Luzia Homem” carregava nos ombros, como uma parede que limita a presença feminina no protagonismo político. Apesar dos pedreiros insistirem em fortalecer o muro da exclusão feminina na vida política.
Mesmo que, eventualmente, a gente possa ter divergências políticas, cresce meu respeito e admiração pela luta que a Luizianne conduz para retirar o codinome (apelido) de Homem da Luzia, descrida pelo sobralense Domingos Olímpio.
E, assim, no Olimpo da Política, as mulheres possam usar seus talentos, competências e suas sabedorias para construírem, ombro a ombro com os homens, um mundo muito melhor para se viver, cujo desenho me parece impossível sem as diversidades, respeitando-as e cultivando-as para garantir as equidades socioeconômicas de raça, gênero e etnia, além de buscar a utopia (?) da paz.
Foto: Wikimedia Commons Metade da costa cearense deverá perder pelo menos 10 metros de sua faixa de areia até o ano...
Foto: Divulgação Um projeto de mouse acessível, que funciona a partir de movimentos da orelha, foi premiado durante o 44° Congresso...
Deixe uma resposta