Opinião

O plantão – Totonho Laprovitera

 “… Somos todos funcionários… Acabou-se, eis que só há um caminho: repartição…” (Carlos Drummond de Andrade)

O servidor público é todo empregado de uma administração estatal. Ainda em atividade – já inteirei tempo suficiente para me aposentar – eu sou um dos últimos funcionários de carreira da Prefeitura de Fortaleza. Com muito orgulho, um “dinossauro”, como mangam os jovens ao arengar comigo. Ora, tem nada não, Carlos Drummond de Andrade foi funcionário público por mais de 40 anos.

Quando trabalhava na Secretaria de Controle Urbano e Meio Ambiente, eu era escalado um dia da semana para o plantão de atendimento ao público. Eu dava o maior valor. Ora, do jeito que gosto de conversar, não me cansava de ouvir os reclamos do povo. De um monte dles, dois marcaram a minha memória.

O primeiro foi a explicação de um senhor que havia sido denunciado por estar criando um porco em seu quintal, sem o menor cuidado de higiene, incomodando, então, a vizinhança. E ele assim se justificou:

O segundo foi o de um cidadão, em razão do vizinho ter construído um sobrado encostado no muro que fazia limite com a casa dele.

Era desse jeito. E do tipo dessas duas, eu tenho mais de uma centena delas.

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