Opinião

Nicole em Sobral – Totonho Laprovitera

A Zezinho Ponte.

“Ela acreditava em anjo e, porque acreditava, eles existiam.” (Clarice Lispector)

Não faz muito tempo, eu li que a mentira está diretamente grudada à verdade. Daí, procurei ler sobre conhecimento e moral, em semelhança à apreciação da reminiscência nietzscheana de verdade presente no ensaio “Sobre Verdade e Mentira no Sentido Extra-Moral”.

Dizem que “o pior de mentir é que cria falsa verdade”. Não quero debater sobre essa questão, mas me chateia quando tudo tem de ser de modo certo. Pensando bem, se a mentira apenas negasse a verdade, então só provaríamos da realidade. Mas se a pior mentira é a criativa, então o que será da ficção artística?

Segundo o historiador, escritor e intelectual italiano Cesare Cantù (1804-1895), “o oposto da mentira não é a verdade”. Conforme o estudioso professor Carlinhos Analfabético, “mentir atende a uma estrutura psíquica antagônica à angústia da verdade. Assim, a criança fantasia e muda as coisas reais, pois não aguenta a dura realidade. Os pais são perfeitos, a vida é eterna, e por aí vai”.

A respeito desse mote, eu não gosto de contar certas histórias porque sempre tem quem ache que não sejam verdadeiras. E não adianta nem mostrar a foto pra comprovar a veracidade do acontecimento, que acusam: – “É montagem!”

Pois bem. Pra quem não sabe, Nicole Kidman é aquela atriz e produtora australiana, nascida nos Estados Unidos, que já ganhou o Oscar de Melhor Atriz e vários outros prêmios de importância. Agora, acreditem ou não, eu e Nicole já fomos juntos ao Baile da Ferradura, no Derby Club de Sobral. Pense numa festa pai d’égua!

Convidada por mim e hospedada pelo Oman Carneiro, no Rancho Flash, Nic matou a pau na cidade de Sobral! Tomou banho no rio Acaraú, onde aprendeu a arte zen do cangapé, andou de jumento (adorou o trote descompassado do muar), soltou raia, jogou bila e triângulo, chupou manga (breou-se todinha!), dindim e doce gelado. E, de quebra, ainda bateu uma pratada de mungunzá. De noitinha, deitada numa rede de tucum, ouviu história de alma, enquanto às tapas se livrava das ferroadas das vorazes muriçocas em suas longas pernas. Descalça o tempo todo, não é que a danada arranjou até um bicho-de-pé!

Mais tarde, nos arrumamos e fomos bater lá na festa e ela, simpaticamente, valseou com o Marcelo Mincharia, ao ritmo de Súplica Cearense cantada pelo Bigorrilho, que se fez acompanhar do conjunto Agitadores do Som.

Inesquecível!

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