De uma rotina dinâmica ao isolamento. É como dar com a cara na porta, ou tomar um balde de água fria. E agora? Todos os dias em casa. Todos os dias serão o mesmo dia? Como manter a sanidade nesse looping sem hora pra acabar?
Decidi provar para mim mesmo que não estou preso no mesmo dia, ou repetindo incessantemente as mesmas tarefas. Do antes e do agora um ritual permanece intacto, minha xícara de café todas as manhãs. Passo o café, vou para a varanda e tomo enquanto assisto o movimento da rua. No fundo da xícara geralmente fica uma borra espessa. Me pergunto se ela quer me contar algo, como é praxe da cafeomancia, uma forma árabe de adivinhação do futuro ou de obter respostas a questões latentes a partir das figuras formadas na borra do café que se tomou.
Às vezes até tento distinguir algumas figuras na borra, mas a verdade é que não entendo de ler o futuro. Procuro sem sucesso a resposta de quando tudo isso vai acabar. Depois de quarenta dias de prática, acho que finalmente entendi o que a xícara de café sussurrava para mim: Nenhum dia será igual ao outro. (Igor Cavalcante, Fortaleza 2020)
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