“Nothing to see ness” é uma exposição marcada pelo vazio, pela sucessão de tons de branco, de músicas silenciosas. John Cage levantou em suas partituras musicais vazias na década de 1950 a questão sobre o que seria equivalente ao silêncio nas artes visuais. A exibição começa a partir da leitura das correntes artísticas fortemente influenciada por Cage e o pensamento minimalista e conceitual da arte norte-americana e européia da década de 50 e 60. Apresenta 70 artistas internacionais, contemporâneos e históricos, como Yves Klein, Yoko Ono, Lucio Fontana, Pierre Huyghe, Ellsworth Kelly, Piero Manzoni, Olafur Eliasson, Roman Opalka, Bridget Riley, Robert Ryman e James Turrell.
Não se trata do não-ver ou ver-nada – o vazio pode sim ser visualizado e sentido. A cor branca tem papel central nos processos destes artistas, como ambos cor e matéria, refletindo a almejada imaterialidade, o ponto zero, o nada. O branco, contudo, também pode ser visto como calma e movimento, atividade e passividade, espaço dimensional ilimitado, pura energia.
Na ausência da cor, nossos sentidos se aguçam nas nuances e qualidades e contextos dos materiais, nas superfícies e suas relações, nas suaves ou contrastantes passagens de brilho e fosco, claro e escuro, som e silêncio, complexidade e simplicidade, o sentido ou a falta dele.
Meu destaque vai para a obra do alemão Hans Haacke, que dentro do contexto da exibição chamava a atenção pelo seu movimento hipnotizante e ao mesmo tempo pela sua simplicidade de materiais: um grande tecido em branco preso ao chão e três ventiladores soprando por baixo dele. “Wide White Flow” foi concebida em 1967 e até hoje ganha reedições em museus ao redor do mundo.
Serviço:
Nothing to see ness – Void/White/Silence
até 12/12/2021
Akademie der Künste
Hanseatenweg 10, 10557 Berlin
www.nothingtoseeness.de
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