Opinião

Museu e turismo – Totonho Laprovitera

“Quando a mesa cresce, a cultura desaparece.” (Augusto Pontes)

Eu sempre tenho dito que a maior crise que vivemos é a cultural. Digo porque confio na solução dela como a disseminação dos efeitos de saídas para os demais conflitos. Cultura reúne e interatua com educação, saúde, infraestrutura, segurança… Enfim, é a base de tudo que vivemos e compreendemos.

Sobre a importância da gestão cultural pública, li uma criatura escrever “agente não precisa de cultura, assino em baixo” e lembrei de Odorico Paraguaçu, personagem de Dias Gomes interpretado pelo saudoso Paulo Gracindo, na novela “O Bem Amado”, empregando o bordão “a ignorança é que astravanca o pogréssio!”

Do século XIV ao XVI, o Renascimento foi um movimento cultural que se alastrou por toda a Europa, quando artistas, escritores e pensadores difundiam em suas obras valores, ideais e nova visão de mudar o mundo. Assim, eles se afirmavam em uma sociedade dominada pela nobreza e clero, onde mecenas os bancavam, em alternativa à Igreja. 

Com tantas artes e saberes, até hoje vários países europeus têm a Cultura como fonte de riqueza artística, educativa e econômica. 

O Turismo Cultural é uma atividade inerente à busca de conhecimento e lazer, com significados de bens materiais e imateriais. Em Fortaleza, o vasto patrimônio cultural se esparge em produtos turísticos, promovendo e preservando tradições e costumes locais. Assim, a relação entre cultura e turismo se constitui em valioso setor da economia contemporânea. 

Falando em Renascimento e Turismo Cultural, criado anteriormente à pandemia que passamos, o Museu Orgânico mostrou um passado que é um presente para o futuro de Fortaleza. De conceito inovador, o Museu ousou ser a própria Cidade e suas salas ambientes da memória artística e cultural em diversas expressões. Nele, cada lugar recebia da Prefeitura um painel com fotos de artistas que compõem a história de Fortaleza e uma placa distinguindo o seu mais ilustre frequentador. Aí, os espaços constavam no Roteiro de Fortaleza, onde eram divulgados pelos agentes do segmento turístico. 

Exaltando, honrou-me participar da equipe curadora do Projeto Museu Orgânico, guiada pelo então prefeito Roberto Cláudio, com Jorge Pieiro e os semeadores da ideia Moacir Maia e Flávio Paiva.

Bem matutando, construir um museu é contar histórias. 

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