Eu tenho uma amiga que passa horas a fio ao telefone e quando lhe perguntam com quem estava falando, ela responde: – “Era ligação errada.”
Esse negócio de conversa telefônica demorada é um caso sério. Tem gente que ao se encangar com um aparelho, não consegue mais se desgrudar dele e se desliga do mundo. Eu, particularmente, não gosto de papo prolongado por telefone. É que essa prática me tira a paciência e esquenta logo as minhas oiças.
Pois é, mas a peste do celular tem é causado mazelas de comunicação entre as pessoas. No trânsito, então, é um deus nos acuda! Quando ocorre um engarrafamento, pode ir atrás, que tem alguém no volante distraído, encangado no pé do ouvido com o seu inseparável telemóvel. É desse jeito…
E como têm telefonemas irritantes! Inconvenientes, os de telemarketing são uma chatice só. Quanto aos de cobrança, então, com esses é preciso ter toda a calma do mundo, dizem, pois são insistentes e importunos!
Mas pra quem não sabe, existe a telefonefobia, que não é o medo de ser acertado por um aparelho telefônico ou de ser atacado por um deles. É apenas a ansiedade, angústia e medo de ter que atender ou fazer chamadas telefônicas. E os sintomas são: arritmia; boca seca; enjoos; falta de ar; suadeira; e tremedeira.
Uma vez, lá pelos anos 1990, no Aeroporto do Galeão, no Rio de Janeiro, eu entrei no toalete e, quando me acomodava no box sanitário, ouvi do vizinho: – “Oi, tudo bem?” Estranhei, mas respondi que estava tudo bem. Aí, iniciou o papo:
Aí, demonstrando irritação, a voz do outro lado finalizou: – “Olha, eu vou ter que desligar o telefone, porque tem um cara aqui do lado que responde tudo que eu falo pra você!” – com abusado sotaque carioca.
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